Programação dos GT's


01. Histórias da Mata de Pernambuco: movimentos, personagens, economia, história e criações culturais. (Sala de aula - 10º andar).
Coordenador: Prof. Severino Vicente. (Professor Adjunto do departamento de História da UFPE)
Apresentações:

28 de Setembro


CASA MUSEU MAGDALENA E GILBERTO FREYRE: MEMÓRIA E PATRIMÔNIO DA SOCIEDADE PERNAMBUCANA
(Tatiana Maria da Silva) Universidade Federal de Pernambuco.
RESUMO
O presente trabalho busca analisar a Casa Museu Magdalena e Gilberto Freyre, responsável por guardar a memória de seu mais ilustre morador, com a finalidade de perceber a atual importância que a sociedade pernambucana vê nesse patrimônio. A escolha do museu dá-se pela contribuição do grande legado cultural deixado por o sociólogo e escritor à essa população. A metodologia consistirá em levantar bibliografias, pesquisas de campo e assim adquirir depoimentos dos visitantes do museu, colher dados para que serem feitas análises qualitativas e quantitativas. Contudo, espera-se alcançar os resultados do trabalho que é o de verificar o grau de importância que os pernambucanos têm com relação à memória e o patrimônio deixado por Gilberto Freyre para os futuros cidadãos pernambucano.
Palavras-chave: museu, memória, patrimônio.

AS MULHERES E SEUS ENCANTOS NO CAVALO MARINHO DE PERNAMBUCO
Rosely Tavares de Souza - Mestranda em História PPGH- UFPE

O presente trabalho tem como objetivo discutir a presença / ausência das mulheres no Cavalo Marinho de Pernambuco, com destaque nas questões cotidianas veiculadas no folguedo. Cavalo Marinho é a denominação atribuída ao folguedo popular que é caracterizado como um teatro, incluindo música, dança e poesia; representado por aproximadamente 73 personagens e sua apresentação pode durar até 8 horas.  Para tanto, acompanhamos a apresentação deste folguedo nas cidades da Zona da Mata Norte pernambucana, sobretudo no município de Condado, realizando registros fotográficos e entrevistas com mestres, brincadores e expectadores. O recorte temporal para investigação é a década de 1960, período que o a memória dos que fazem a manifestação se remete até 2000, período relevante para a festa que se torna institucionalizada pelo Governo do Estado de Pernambuco.
Palavras-chave: mulheres – folguedo - cotidiano


FÁBRICA COM VILA OPERÁRIA EM MORENO: MORADIA, TRABALHO E DISCIPLINA.
Márcio Romerito da Silva Arcoverde (graduado em História, Universidade Federal Rural de Pernambuco, romeritoarcoverde@yahoo.com.br)
Resumo:
Este texto tem como objetivo discutir a criação, disponibilidade e objetivo das moradias operárias, assim como analisar a criação do espaço de trabalho e de sociabilidade específicos a uma fábrica com vila operária- na zona rural da cidade do Moreno-, seu poderio local, paternalismo industrial e oferta de emprego. Nessa perspectiva, observar o poder, a força, a influencia da disciplina fabril tanto no ambiente de trabalho como no fora da fábrica.  
Palavras-Chaves:, Trabalho, moradia, Disciplina.


ENTRE A LIBERDADE E O TRABALHO: QUEM SÃO AS VÍTIMAS DA NOVA ESCRAVIDÃO?
José Filipe Teixeira Carvalho (FAINTVISA, Pós-graduando, filipecarvalho_@hotmail.com)
RESUMO
O presente estudo propõe-se analisar as relações de trabalho degradantes e exaustivas no setor Sulcro-Alcooleiro da Zona da Mata Sul de Pernambuco, que se convencionou chamar escravidão contemporânea. Os conceitos de liberdade e trabalho são analisados no sentido de compreender a ressignificação que essas novas relações de trabalho adquiriram com o passar do tempo, levando em consideração as diferentes visões de liberdade ou de trabalho justo para alguns trabalhadores desse setor. Trata-se, no entanto, não apenas de uma análise econômica, mas de um estudo sobre a experiência social daqueles que geralmente são alocados pela história oficial  como vencidos, o seu cotidiano, a sua mentalidade. Nesse sentido, a pesquisa analisa a oralidade dos sujeitos históricos sob a ótica da história vista de baixo, empreendendo dessa forma, uma interpretação do jogo de significados decorrente das relações de trabalho no recorte espacial estudado.
Palavras-chave: escravidão contemporânea, liberdade, trabalho.


29 de Setembro

A SERRA X TIMBAÚBA JORNAL: PODER POLÍTICO E IMPRENSA NAS ELEIÇÕES DE 1928 EM TIMBAÚBA/PE
Cláudio Roberto de Souza, mestrando em História UFPE.
Resumo:
O artigo examina as eleições para governador e prefeito em 1928 no município de Timbaúba/PE a partir dos debates e discursos construídos pelos dois jornais publicados na cidade e pertencentes aos grupos políticos que se enfrentavam nas urnas. As eleições de 1928 foram as primeiras em que a oposição local em Timbaúba conseguiu enfrentar e registrar seus protestos contra a oligarquia dos Andrades que dirigia a cidade desde 1880. Fez isso através da publicação do semanário “Timbaúba Jornal” que se contrapôs ao jornal “A Serra”, dirigido pelo grupo dominante e registrou uma crítica aguda aos costumes políticos da época. Enquanto as páginas d’A Serra apresentavam o governo local como modernizante e progressista, a oposição local dizia-se “conservadora”, mas defendia um programa liberal, combatendo as oligarquias que dominavam a cidade e fazendo a defesa do voto feminino, secreto, a moralização das eleições e a ampliação da rede escolar. O acompanhamento destas eleições permite pensar aspectos do coronelismo, da cultura política e a construção das redes de poder que legitimavam os grupos dominantes e ligavam as oligarquias municipais com os presidentes de estado e compreender o simbolismo da luta política travada através da imprensa.
Palavras-chave:Cultura política, Imprensa e política, Modernidade e oligarquias


COMUNISMO EM PERNAMBUCO: PALMARES E O GOLPE CIVIL MILITAR DE 1964
José Carlos Batista de Lira Mestrando do programa de pós graduação de História da Universidade Federal de Pernambuco josecarlos.lira@ufpe.br
RESUMO:
A Zona da Mata Sul do Estado de Pernambuco foi alvo de verdadeira vigilância pela imprensa Pernambucana e dos aparelhos de repressão advinda com o golpe de 1964. O Presente trabalho tem como objetivo analisar as consequências do golpe civil militar de 1964 na cidade dos Palmares, onde se concentrava um dos principais sindicatos rurais do estado, com clara atuação do PCB. E entender como a caça a políticos locais, estava envolvida com o perigo comunista, tão difundido na época.
Palavras- chaves: comunismo - sindicalismos – imprensa.

O MARACATU RURAL CAMBINDA BRASILEIRA CAMBINDA BRASILEIRA DE NAZARÉ DA MATA COMO REPRESENTAÇÃO DA CULTURA AFRO-BRASILEIRA
(Arleide Vicente da Silva –UEPB /Especializanda/ arleide.vicente@yahoo.com.br)
(Patrícia Cristina de Aragão Araújo - UEPB/ Doutora/patríciacaa@yahoo.com

Este trabalho busca refletir sobre o grupo de maracatu de baque solto Cambinada Brasileira como representação da memória e cultura afro-brasileira no contexto social de Nazaré da Mata, enfatizado a sua importância na construção e no processo de afirmação identitária que se dá através das práticas desenvolvidas ao longo de sua história. Com isso, procuramos discutir acerca da representação das práticas culturais mostrando como através das atividades que desenvolvem durante a sua existência histórica são percebidas as dimensões valorativas que os tornam bens culturais a ser resguardado e mostrando que nessa expressão da cultura afro-brasileira coexistem elementos que tecem os signos e fios da urdidura desta manifestação cuja importância histórica, coloca-o como artífice dos bens culturais que se notabiliza através dos mais de 90 anos de atividades ininterruptas e se faz presente durante as apresentações que fazem nas festas carnavalescas e em outras ocasiões, demonstra a sua importância enquanto patrimônio imaterial de Pernambuco.
Palavras Chave: Cultura afro-brasileira; história, maracatu de baque solto; patrimônio imaterial 


SINDICALISMO, SOCIEDADE E AMBIENTE A PARTIR DA CIDADE DOS PALMARES: ANTECEDENTES DO GOLPE MILITAR DE 1964.
Alexandre Junior de Lima e silva
jr10_9@msn.com
Resumo:
A cidade dos Palmares é horizonte de uma disputa pela hegemonia política, pela posse da terra e pela tutela das pessoas, de modo especial, as ligadas ao campo. Em 1962 emerge o sindicato rural de Palmares, com 45 mil associados. Este, por sua vez, é resultado da Liga Camponesa da Cidade da Água Preta (1957). Temos, portanto, duas forças, não homogêneas, que se digladiam. A primeira é formada por proprietários de terra, fornecedores de cana-de-açúcar, usineiros, políticos e pequenos comerciantes locais. A política, a economia e a própria Igreja Católica Local gravita em torno deste centro de poder, mas não totalmente. A segunda, força, heterogênea e muitas vezes conflitantes entre si, é formada por um leque que abrange o Partido Comunista, setores de esquerda da Igreja, a FETAPE e políticos do Estado como Miguel Arraes, Francisco Julião entre outr
Palavras Chave: Política, repressão e direitos.


“NA CURVA DE MIRANDA”: ENGENHO, ARQUITETURA E DEVOÇÃO
(Rozalves Rafael Nascimento de Lira, UFPE, especialista em História do Brasil (FFPG/ISEG) – rafalira04@hotmail.com)
Impossível negar na formação histórica pernambucana, especialmente a da Zona da Mata, a importância de duas constantes: a produção açucareira e o catolicismo romano. Objetivando analisar os desdobramentos de um culto religioso de caráter católico-popular observado na paisagem histórico-açucareira do município de Goiana, Mata Norte do estado, realizamos este artigo como atividade avaliativa de uma das disciplinas eletivas da Pós-Graduação em História da UFPE. Neste buscamos dar evidência a um formato do sagrado-profano brasileiro que se desenrola em torno da figura de Feliciana de Moraes Corrêa (1872-1887), conhecida pelo apelido de “Chaninha”, culto existente naquela região desde fins do século XIX, mas incrivelmente ignorado nos meios acadêmicos locais e regionais, tratando-se, portanto, de tema inédito, historiograficamente falando. Recorrendo aos ferramentais metodológicos da história oral e da micro-história, e estabelecendo diálogos com a Arquitetura, buscamos verificar o estado do objeto, sua relação com o universo canavieiro patriarcal e escravista, os fatores que facilitaram o seu desenrolar e sua importância dentro da conjuntura sociocultural e religiosa da região.
PALAVRAS- CHAVES: economia açucareira, catolicismo, arquitetura..

02. História e Memórias: Narrativas e Fontes Orais. (Local: Auditório - 3º Andar)
Coordenador: Prof.: Erinaldo Cavalcanti (Doutorando em História pela UFPE)

Apresentações:
28 de SETEMBRO

A prática da pistolagem nos conflitos agrários, na Amazônia Oriental: Sebastião da Teresona, um “fiscal de fazenda”.
Airton dos Reis Pereira. UEPA/UFPE. E-mail: airtonper@yahoo.com.br

Os pistoleiros têm sido um dos principais personagens nos conflitos agrários, na Amazônia brasileira. Proprietários e empresários rurais que tinham os seus imóveis ocupados ou ameaçados de ocupação por trabalhadores rurais recorriam, normalmente, aos serviços desses homens, que durante muito tempo, fizeram vitimas com mortes fatais. Analisar a prática de pistoleiros nos conflitos agrários, na Amazônia Oriental tomando como caso a prática de Sebastião da Teresona e perceber a dimensão e o significado da violência aí empreendida é parte central desse trabalho.
Palavras - chave: Conflitos agrários. Pistoleiros. Proprietários rurais. Trabalhadores rurais.

História, memórias e identidade
Denise Batista de Lira (Licenciada em História (UFRPE). Especialista em História das Artes e Religiões (UFRPE). Aluna do Mestrado no Programa de Pós-Graduação em História/UFPE/e-mail: deniselira2003@yahoo.com.br)


A identidade indígena foi negada pelo Estado e pela sociedade, como forma de omissão dos direitos ao território e as manifestações de suas expressões socioculturais. A população indígena presente em locais de antiga colonização, como o Nordeste, foram consideradas misturadas, sendo conhecidas como remanescentes de índios, pois havia perdido os sinais descritivos da “cultura original”, o que o antropólogo, João Pacheco de Oliveira em seu artigo Uma etnologia dos “índios misturados”?, chamou de etnologias das perdas (PACHECO, 2004), uma crítica aos estudos dos etnólogos que não compreendem as culturas, inclusive a indígena, como processos dinâmicos. Os índios Xukuru estabelecem uma relação simbólica com a terra e seus recursos e para evidenciar essa relação utilizaremos as memórias, pois, conforme a pesquisadora Myrian Sepúlveda Santos em seu livro Memória Coletiva e Teoria Social, “A memória estar em cada passo que damos, idéias pensadas, ações realizadas. A memória estar presente em tudo e em todos” (SANTOS, 2009;25-26). A memória também foi utilizada pelo pesquisador francês Michel Pollak como fonte de estudo. Ele analisou como a memória está associada ao processo de construção e (re)afirmação da identidade, portanto a memória é essencial para a coesão de grupos e para sua permanência.
Palavra chaves: história, memórias e identidade indígena.


PODER POLÍTICO, IMAGENS E MEMORIAS
Susan Lewis (Universidade de Pernambuco, Doutora. E-mail: s.lewis@uol.com.br)

O Estado Novo tem suscitado interesse constante entre os historiadores que procuram compreender as diversas tramas urdidas na contemporaneidade. Isso se deve, entre outros elementos, ao fato de que pela primeira na história do Brasil foi construída uma máquina de propaganda política voltada para as massas que estendeu sua influência até os dias atuais. O período em questão constituiu-se através de práticas e discursos que visavam mobilizar a população, tentando imprimir para a mesma a ideia de ruptura com um passado apresentado como arcaico e ultrapassado. Em Pernambuco, um exemplo significativo de tal condição é a do interventor Agamenon Magalhães, homem de confiança de Vargas que assumiu o governo para “criar a emoção” do Estado Novo. E é justamente a análise de sua interventoria que será realizada nesta comunicação. Para tanto, serão consideradas suas produções discursivas, assim como as memórias e relatos orais relacionados ao poder político, especificamente no que se refere à condição do judeu, uma vez que nas décadas de 1930 e 1940 o nazifascismo ultrapassava os limites da Europa e ganhava força e adeptos em países como o Brasil.
Palavras-chave: Estado Novo, política, antissemitismo.


NARRATIVAS, MEMÓRIAS E EXPERIÊNCIAS FEMININAS EM RELATOS DE PARTO
Elaine Müller - (Professora Doutora do Departamento de Antropologia e Museologia da UFPE. elainemuller@gmail.com)
O trabalho apresenta o potencial de se estudar relatos de parto, abordando-os enquanto narrativas femininas importantes para a) mapear os procedimentos aos quais as mulheres têm sido submetidas no atendimento ao parto e nascimento que têm recebido; b) pensar nos modelos de atendimento vigentes; c) entender o impacto destes modelos nas experiências femininas com o parto, incluindo seu grau de satisfação e outros afetos envolvidos; d) analisar os relatos de parto enquanto construções de memórias pessoais e familiares; e) compreender os elementos rememorados e esquecidos nestas narrativas, relacionando-os ao perfil das mulheres, tempo transcorrido desde sua experiência e contexto da coleta do relato.
Palavras-chave: relatos de parto, memórias individuas, narrativas femininas.

NARRATIVAS MÉDICAS, NARRATIVAS DE CURA EM CAMPINA GRANDE (PB) NA PRIMEIRA METADE DO SÉCULO XX
Silvera Vieira de Araújo- Mestre em História- UFCG. (silveravieira@hotmail.com)
Resumo
Este trabalho analisa uma série de entrevistas realizadas pelo jornalista Ronaldo Dinoá com médicos que atuaram em Campina Grande no início do século XX. O objetivo deste estudo é problematizar as narrativas médicas, questionando as suas condições de possibilidade e de intencionalidade, por meio do qual se investiga a existência de uma cultura médica voltada para a cura, em termos de saberes, métodos e tecnologias de cura que variam ao longo do tempo.  O referencial teórico deste trabalho se fundamenta nas discussões sobre História, Literatura e Narrativa apresentadas por autores como Ricouer (1994) e Veyne (1983). O suporte metodológico será baseado na análise das entrevistas concedidas pelos médicos, tendo em vista as condições de produção e significabilidade da narrativa. Consideramos que as narrativas médicas podem ser tomadas como fonte histórica, pois é um produto narrativo de uma época e de um contexto específico vivido pelo autor, que torna possível a problemática dos saberes e métodos de cura existentes em Campina Grande no início do século XXI.
Palavras-Chaves:  História, Narrativas médicas e Práticas de cura.


CONSIDERAÇÕES SOBRE A CAPOEIRA COMO PATRIMÔNIO IMATERIAL DO BRASIL: SINGULARIDADES CONSTRUÍDAS NO PROCESSO DE INVENTÁRIO DE PERNAMBUCO.
Izabel Cristina de Araújo Cordeiro (Mestre em Antropologia pela UFPE, Professora da ESEF/UPE e Doutoranda em História pela UFPE – belzinhacapoeira@ig.com.br)

De resistência corporal dos africanos no Brasil ao seu reconhecimento como patrimônio da cultura brasileira, a Capoeira foi ressignificada constantemente por seus sujeitos, nos lugares em que se fez presente e nas relações que estabeleceu com os poderes constituídos. Este trabalho pretende levantar considerações sobre o processo de patrimonialização da capoeira, realçando as singularidades do inventário realizado em Pernambuco e seus desdobramentos. Para isso será privilegiada uma reflexão que discuta como se construíram a partir dos relatos de memória dos mestres e capoeiristas em geral, uma historiografia da capoeira pernambucana, registrada no Dossiê da Capoeira de Pernambuco.  Destacaremos na reflexão como nas narrativas a memória foi usada para afirmar determinados aspectos peculiares as práticas e sentidos que a Capoeira do local hoje assume.
Palavras Chaves: Capoeira, Patrimônio e Narrativas. 


29 de SETEMBRO


CAFÉ DE VOZES: MEMÓRIA, NARRATIVA E CONSTRUÇÃO DO
CAFÉ SÃO LUIZ EM NATAL
Augusto Bernardino de Medeiros (Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Mestrando em História. E-mail: augustob.medeiros@yahoo.com.br)

Este trabalho trata de memória, narrativa e construção espacial, pensa como as vozes constroem e dão existência a espaços múltiplos impregnados de imaginação e memória pelas práticas cotidianas da cidade. Essas construções se sobrepõem as pedras e ganham existência, adquirem relevo nos mapas de vozes da cidade. Assim é o Café São Luiz em Natal, fundado em 1953, do Café os freqüentadores acompanharam as principais mudanças políticas na cidade na década de 1950. Através da metodologia da história oral, o objetivo do trabalho é problematizar a memória dos freqüentadores do Café São Luiz, compreendendo como constroem o passado do espaço como um lugar praticado por corpos e vozes e como constroem o passado da cidade do Natal. Desta maneira a presente pesquisa de dissertação de mestrado em História pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte que tem como área de concentração a relação entre história e espaços, perpassa as discussões acerca da memória, narrativa e construção espacial utilizando autores como Paul Ricoeur, Ítalo Calvino e Gaston Bachelard, discutindo também as diretrizes que envolvem a utilização e trabalho com narrativas orais pela história, vislumbrando a relação entre memória e história.  
Palavras - chaves: Espaço, Memória, Café São Luiz


CAMPINA GRANDE (1950-1960): A EMERGÊNCIA DE PRODUZIR HOMENS LETRADOS
Fernanda Pires da Costa (UFCG, mestranda, piris.fernanda@gmail.com)
A elaboração deste trabalho é uma viagem ao passado de Campina Grande nos anos de 1950 a 1960, cidade do interior do estado da Paraíba. Inaugurada em 1953, o Edifício do livro da Livraria Pedrosa destacou-se na história cultural da cidade, como o primeiro espaço de sociabilidade da cultura letrada. As reuniões em torno da palavra, dos livros e das leituras, a circulação de informações, as sociabilidades intelectuais praticadas na livraria foram meios para difundir os hábitos de leitura, alterar a percepção acerca do objeto-livro e engendrar-se como um dos redutos de sociabilidade intelectual de sua época. Pensando as memórias como construtoras de narrativas, das múltiplas relações de poder, o trabalho com as fontes orais nos permite trilhar caminhos com as outras áreas do saber, no entanto lançamos mão de um referencial teórico-metodológico baseado na leitura e escrita, com a perspectiva de refletir sobre os modos de “dar a ler e escrever” de Larrosa.
Palavras-chave: Livraria Pedrosa, Campina Grande, Cultura Letrada.


REVIRANDO MEMÓRIAS E (INS)CREVENDO O PASSADO: A MEMÓRIA E A ORALIDADE ENTRE A EXPERIÊNCIA VIVIDA E A (RE)APRESENTAÇÃO DO PASSADO.
Autor: Iordan Queiroz Gomes Mestrando do PPHG UFCG Email: iordangomes@yahoo.com.br
Co-autor: Luiz Carlos dos Santos Mestrando do PPHG UFCG Email: luizcarlo09@hotmail.com

Neste artigo, busca-se examinar a utilização da memória pela história, entendendo-a enquanto fonte histórica, “representação” do passado, mediada pela recorrência da metodologia da história oral. O objetivo é, pois, traçar nuances compreensivas no sentido de podermos perceber a memória intercedida pela oralidade, na recorrência as entrevistas, a nos possibilitar caminhos específicos de visualização de meandros da vida cotidiana de sujeitos históricos que viveram em tempos passados. Após pensarmos teoricamente as questões propostas, o artigo objetiva ainda discutir essa relação a partir da utilização prática desse tipo de fonte para percebermos as transformações urbanas da cidade de Aroeiras, visualizadas e lidas, por antigos moradores locais que vivenciaram certas experiências modernas naqueles idos de 1950. Desse modo, suas lembranças, (re) memoradas individualmente, ganharam, para fins de nossa incursão, credibilidade e confiança, após serem submetidas ao rigor teórico e metodológico, necessários a possibilidade de reconhecer as subjetividades que entrecortam o texto histórico sem perder de vista, contrariamente, a pretensão de se contar em termos verossímeis, “verdades” possíveis, as coisas e acontecimentos passados. 


A EXPERIÊNCIA DO MODERNO EM ALAGOA NOVA: O TESTEMUNHO ORAL A EXPERIÊNCIA VIVIDA E A REPRESENTAÇÃO A CERCA DA LUZ ELÉTRICA E DIFUSORA
Autor: Luiz Carlos dos Santos - Mestrando do PPHG UFCG. Email: luizcarlo09@hotmail.com
Co-autor: Iordan Queiroz Gomes -  Mestrando do PPHG UFCG. Email: iordangomes@yahoo.com.br

A História Oral é vista como oportunidade de compreender um grupo, a partir de experiências e versões particulares por meio da realização de entrevistas com pessoas que vivenciaram ou testemunharam determinados acontecimentos. O interesse desse artigo é fazer um estudo sobre a modernização da cidade de Alagoa Nova-PB, entre os anos de 1920–1960 onde procuramos analisar a chegada dos símbolos do moderno na cidade, fazendo uso da metodologia em História oral. Saímos à caça de relatos de memórias que exprimissem leituras possíveis acerca das mudanças que a cidade passou no campo da modernização, são muitas experiências que traduzem clima de mudanças entre os moradores alagoa-novenses. O novo vai gerando na mentalidade da população local a expectativa de mudanças. Criava-se ali uma possibilidade de crescimento, uma idéia de conforto mudando o ambiente destes moradores e criando na mentalidade que era preciso se modernizar para se parecer uma cidade moderna. A memória aparece mediante uma operação presentificada diante da ocasião, torna-se viável mediante a adequada articulação pela metodologia da história Oral, agenciada por uma recorrência ao procedimento de coleta dos relatos através das entrevistas.
Palavra chave: oralidade, modernização, representação


NAS TEIAS DA MEMÓRIA: NARRATIVAS OPERÁRIAS SOBRE A FIAÇÃO E TECELAGEM ARENÓPOLIS NA AREIA DO SÉCULO XX
Pollyana Cardoso Dantas (PPGH – UFCG, mestranda, polydantas@hotmail.com)
Lucélia Nárjera de Araújo (PPGH – UFCG, mestranda, lu_narjera@yahoo.com.br)


Propomos no presente artigo analisar as experiências vivenciadas por ex-operárias da Fiação e Tecelagem Arenópolis, que nos possibilitaram ler a organização do trabalho e o cotidiano fabril na cidade de Areia do século XX. Neste sentido, utilizaremos como fonte os relatos orais de memória, baseando nossas discussões na vertente historiográfica da História Cultural e na metodologia trabalhada pela História Oral. Discutiremos teoricamente a memória, na perspectiva do sociólogo Maurice Halbwachs (1990) e da historiadora Ecléa Bosi (1999) estabelecendo a necessária distinção entre memória e história como apresenta Pierre Nora (1981). De modo que as histórias aqui contadas apresentam um misto de leitura e interpretação em cima da arte de lembrar.
Palavras-chave: Cidade. Memória. Narrativa.


30 de SETEMBRO

MEMÓRIAS, CULTURA, IDENTIDADES: UM OLHA SOBRE A COMUNIDADE SERTANEJA DE SIMPATIA.
( Ms. Ana Clara Farias Brito- Professora Assistente da Universidade de Pernambuco- UPE. E-mail: acbritoupe@gmail.com
O presente tem o objetivo de apresentar os resultados do trabalho de pesquisa desenvolvido na comunidade de Simpatia localizada no Sertão Pernambucano. Através da história oral buscou-se problematizar as identidades da referida comunidade. O estudo tomou como base o recolhimento e sistematização das lembranças de velhos moradores que guardam as memórias sobre os processos de organização das relações espaciais, sociais, políticas assim como procurou no depoimento dos jovens da comunidade identificar as relações de pertencimento com aquele local. Como resultado da pesquisa sobre as memórias e identidades desta comunidade destacados,entre outras questões, a relação próxima dos cem moradores com os espaços escolares, sendo o primeiro criado junto com a comunidade. Os registros destes depoimentos foram organizados em livretos para serem socializados na referida comunidade pretendendo ser ainda disponibilizado em bibliotecas, escolas e salas de aula de todo o sertão como forma de valorização da memória e identidade local.
Palavras – Chave: Memória, Identidades, História Oral.


O CRISTIANISMO EM PERNAMBUCO NOS ANOS 30: CRISTIANO CORDEIRO, O APOSTOLO DOS TRABALHADORES.
Antônio Henrique da S. Araújo (UNICAP/graduado/ antoniohenriques.a@hotmail.com)

O objetivo deste trabalho é analisar os acontecimentos que contribuíram para transformar um homem em uma lenda. O homem é Cristiano Cordeiro, um dos fundadores do partido comunista do Brasil, o PCB, e uma das principais lideranças no estado de Pernambuco na década de 30. Devido a sua inserção na classe trabalhadora, existia por parte do proletariado um grande respeito por esse líder, seus feitos chegarão aos quatros cantos do nordeste. A escritora Raquel de Queiroz se referiu a Cristiano Cordeiro como “A lenda do Nordeste”.  No 1º de maio de 1933(dia do trabalhador), os corredores do teatro Santa Isabel, ficaram abarrotados de pessoas para ouvir as palavras dos representantes do proletariado, entre os quais Cristiano Cordeiro. Foi então que se confirmou a chapa cujo eslogan era “Trabalhador, ocupa teu posto”. Devido a este e outros fatores desenvolveu o que posteriormente seria chamado de fenômeno do “cristianismo”, em alusão ao nome de Cristiano Cordeiro.
Palavra - chave: Mito; Proletário; Comunismo.

“FAZIA ANOS QUE NÃO ME VIA NUMA FOTO”: AUTO-REGISTRO DO COTIDIANO E CONTROLE DA MEMÓRIA DE EX-PRESOS POLÍTICOS DA PENITENCIÁRIA PROF. BARRETO CAMPELO (ILHA DE ITAMARACÁ, 1973-1979)
Joana Santos Rolemberg Côrtes  (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo PUC-SP) Bolsista Cnpq no Mestrado em História Social. E-mail: joana0512@hotmail.com

Estudos historiográficos significativos do tempo presente que analisam e refletem sobre experiências políticas, traumas sociais e individuais e dimensões diversas da memória social provocada pela ditadura civil-militar no Brasil têm sido produzidos e publicados nos últimos anos. Através do uso da História Oral, este texto apresenta os primeiros resultados de um exercício de análise que se dedica a compreender as diferentes experiências socializadas no cotidiano entre os presos políticos da Penitenciária Prof. Barreto Campelo, entre 1973 a 1979, na Ilha de Itamaracá, em Pernambuco. O presente trabalho procura refletir, especificamente, de que maneira se dá a relação de sete ex-presos políticos com a memória presente de um passado coletivo imagético. Isso tem sido feito através da catalogação e análise dos acervos pessoais fotográficos, com mais de 200 fotografias produzidas e preservadas pelos próprios ex-presos políticos da Penitenciária Barreto Campelo. Procuro compreender, através das narrativas orais, como essas fotografias nos permitem se aprofundar nas estratégias de sobrevivência, de reorganização de identidades, de autoregistro como indivíduos fazendo parte de um coletivo e de resistências desses sujeitos políticos dentro do cárcere contra a ditadura civil-militar brasileira. 
Palavras-chave: Memória social; presos políticos; Penitenciária Prof. Barreto Campelo

ENTRE MNEMOSINE E CLIO: A RESIGNIFICAÇÃO DOS ESPAÇOS E A REPRESENTAÇÃO DE PROGRESSO NA MEMÓRIA DOS SUJEITOS
Rivaldo Amador de Sousa (Mestre - UFPB – riamaso@yahoo.com.br)
No decorrer de quatro décadas - 1925 a 1965 - as cidades de São João do Rio do Peixe, Sousa e Cajazeiras, situadas no oeste paraibano, passaram por diversas mudanças e transformações em seus espaços urbanos. A percepção dessas mudanças pelos seus habitantes se apresenta numa escala entre o encanto e o desencanto. A partir de memórias, jornais e, principalmente, entrevistas com pessoas que vivenciaram parte desse período ali, discutiremos como a idéia de progresso é recepcionada e quais as representações que se construiu sobre a resignificação dos espaços nessas pequenas urbes.
Palavras-chave: Memórias; Representações; Cidades.


Fisionomias do Medo: História, Memória e Comunismo.
Erinaldo Cavalcanti – Profº. Doutorando em História pela UFPE E-mail: ericontadordehistorias@gmail.com  

O medo é um sentimento. Esta primeira acepção acerca do medo já implica uma série de questões quando o desejo é pesquisá-lo como objeto histórico. Sendo ele uma emoção/sentimento, de que forma, se expressa na documentação, para ser analisado? Que traços nos documentos podem ser considerados indícios do medo num dado período de tempo e espaço? Neste artigo tentarei estabelecer alguns diálogos acerca do medo como objeto de estudo histórico. E com tal me refiro a um medo específico experienciado em um tempo e espaço, também, específicos: Pernambuco nos finais dos anos cinquenta e início dos anos sessenta. Neste tempo e espaço experimentado, produziu-se um medo peculiar: um medo do comunismo. Urdido neste campo de lutas, esse medo ganhou certas configurações; adquiriu certas caras; expressões e aparências; adquiriu algumas fisionomias singulares. Fisionomias que foram desenhadas com múltiplas cores e tonalidades, com diversos traços e riscos, grafando caminhos ondulados e curvas sinuosas. É sobre estes semblantes diversos que o medo adquiriu nas relações político-sociais em tela que pretendo discutir.
Palavras-chave: Medo; Comunismo; Memória; História.



ÍNDIOS XUKURU: O VIVIDO, O CONCEBIDO E O EXPRESSADO.
A HISTÓRIA A PARTIR DAS MEMÓRIAS
Edson Silva (UFPE, Doutor, edson.edsilva@gmail.com)

Apesar do discurso oficial no início da década de 1980 sobre os índios Xukuru na Serra do Ororubá (Pesqueira e Poção/PE), ter enfatizado as precárias condições sociais, a falta de terras para trabalho, as perseguições de fazendeiros e ainda uma suposta tendência ao desaparecimento indígena, por meio das memórias orais constatamos que aqueles índios viviam intensas experiências de sociabilidades com o trabalho em mutirões e expressões socioculturais, como a dança do Toré e as festas religiosas em Cimbres que fora a sede de um antigo e conhecido aldeamento. A pesquisa das memórias Xukuru, revelou como a partir do vivido, do concebido e do expressado, os Xukuru fizeram uma releitura dos acontecimentos históricos para afirmarem a identidade indígena e os direitos à demarcação de terras reivindicadas.
Palavras-chaves: memórias; índios; História.

03. História e Memória: Regime Militar e Sociedade Civil no Brasil. Coordenadores: Prof.: Marcio Ananias Vilela (Doutorando em História pela UFPE) e Prof.: Pablo Porfírio (Doutorando em História pela UFRJ).
Local: Sala áudio-visual: 10º andar) 
Apresentações:

Quarta-feira – 28/09

DESENHANDO NOVAS SUBJETIVIDADES: MEMÓRIA E CONTESTAÇÃO JUVENIL NA TERESINA DOS ANOS SESSENTA E SETENTA
Lucélia Nárjera de Araújo (PPGH/UFCG - Mestranda, lu_narjera@yahoo.com.br)
Co-autora: Pollyana Cardoso Dantas (PPGH/UFCG - Mestranda, polydantas@hotmail.com)

RESUMO
A história da juventude na década de sessenta é marcada por uma intensa mudança e mobilização social, em que seus questionamentos e seu modo rebelde de contestar os valores dominantes se chocavam com o conservadorismo das formas dominantes de pensamento no Brasil de então. Neste sentido, nos propomos discutir no presente artigo como a efervescência artístico-cultural, vivenciada no Brasil e no mundo, nas décadas de 60 e 70 do século XX, possibilitou, no cenário de Teresina, a emergência de novos costumes e de novas subjetividades entre a juventude universitária, antenada com as mudanças comportamentais e com tudo aquilo que transitava no universo juvenil da classe média urbana do país. Analisaremos, ainda, as táticas utilizadas pelos jovens universitários para fugir ao rigor da ditadura, negar a sociedade disciplinar e a cultura dominante, buscando compreender a partir das memórias, as ressignificações atribuídas a esse período por alguns sujeitos que o vivenciaram.
Palavras-chave: Juventude. Costumes. Memória.

A Doutrina do Choque e a ditadura civil-militar no Brasil.
Dmitri Felix do Nascimento
Universidade Federal de Pernambuco
Mestrado de História
O processo que se iniciou na ditadura civil-militar no Brasil no golpe militar de 1964 abre portas com diferentes perspectivas, que apontam nas análises sobre como foi exercido o poder na formação da elite orgânica brasileira em sintonia ideológica com pensamentos e diretrizes em que os setores militares junto com o empresariado industrial e rural tinham em afinidade com o pensamento liberal norte-americano.
A obra da autora Naomi Klein, A Doutrina do Choque: A ascensão do capitalismo de disastre, descreve como que o pensamento da Escola de Chicago capitaneado por Milton Friedman desempenhou um papel fundamental no projeto implementado pelos militares pós-64, tendo como princípio fundamentos alicerçados em dimensões econômica, política e social, com forte apelo ultra-liberal(econômico) e na manipulação da História e Memória.
Palavras-chave: Golpe de 64, Ditadura Civil-Militar e Liberalismo.


O “MAL” SEM FACE, SEM NOME: BREVE HISTÓRIA DA IDEOLOGIA DO
TERROR
Raphael Xavier Barbosa, UFRPE, raphael.xb@hotmail.com
Rui Tato, UFRPE, ruitato@msn.com

O presente trabalho tem por objetivo analisar a construção histórica da ideologia do Estado de Segurança Nacional. Onde durante os anos de 1945 e 1989, o Medo da Expansão Comunista e o Maniqueísmo das Opções Políticas (Democracia x Comunismo) justificaram-se a supressão de direitos individuais, intervenções militares e a existência de regimes autoritários pelo mundo. Com o fim da Guerra Fria, acreditava-se que essas práticas seriam relegadas ao passado. Entretanto, com os acontecimentos do dia 11 de setembro de 2001 nos EUA, assistimos atualmente ao revigoramento dessa ideologia do terror, justificando ações agora contra outros inimigos, só que não declarados, sem faces ou nomes. Tendo como referencial-teórico metodológico os trabalhos de Fernando Magalhães, Hélio Bicudo e Orivaldo Biagi.
Palavras-chaves: Guerra Fria; Segurança Nacional; Terrorismo.


FESTEJAR A HISTÓRIA DA NAÇÃO: A revista Veja nas comemorações do Sesquicentenário da Independência
 Fabrício de Sousa Morais
(Aluno do PPGH-UFPE / Mestre em Sociologia / fabriciomorais@gmail.com)
Este artigo se configura como um primeiro ensaio da minha tese de doutorado, que busca analisar as festas do Sesquicentenário da Independência do Brasil, ocorrida no ano de 1972 e tem como recorte espacial a cidade de João Pessoa-PB. As festas da nação são episódios chave para se analisar a construção de uma determinada identidade nacional. Neste caso específico, a representação de uma determinada ideia de nação se torna mais importante, creio, por ter como pano de fundo o contexto dos “anos de chumbo” da ditadura. As festas que se realizaram nas mais diferentes esferas da sociedade foram divulgadas/narradas por diversos tipos de mídias. Para esta análise tomo como fonte a edição da revista Veja (06 ago. 1972), que comemora o Sesquicentenário. Com base nesta fonte, me atenho a refletir sobre a conjuntura daqueles dias e a visão da história nacional pensada pelos homens que fizeram a revista.
Palavras-chave: Sesquicentenário, revista Veja, nação.

A CONSTRUÇÃO DO “BRASIL: GRANDE POTÊNCIA” A PARTIR DA CONSOLIDAÇÃO DOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO NO PERÍODO DO REGIME MILITAR NO BRASIL
Jacira Silva de França
(PPGS-UFPB / Doutoranda em Sociologia / Jacira.franca@yahoo.com)
O Regime militar no Brasil teve várias nuances, uma destas nuances foi o incentivo significativo na área das telecomunicações que influenciou de modo decisivo a estrutura da sociedade brasileira. A partir da idéia de que a cultura era central para difundir e incutir a ideologia do governo ditatorial, através da bandeira de manter a “segurança nacional” e do “Brasil: grande potência”, os governos militares implementaram uma política modernizadora nas telecomunicações. Deste modo, a consolidação de grandes grupos como a Rede Globo e a Editora Abril e o boom da publicidade, a partir de meados dos anos de 1960, propiciou a difusão de ideais ufanistas e nacionalistas.
Assim, analisar o período do Regime militar, especialmente a década de 1970, no Brasil, implica considerar o contexto político (regime ditatorial), econômico (capitalismo monopolista) e comunicacional (expansão de informações através dos meios de comunicação), elementos que fizeram a tecitura de uma sociedade civil que sofreu um bombardeio de mensagens em que “muito se dizia e pouco se comunicava por todo o país”.
Palavras chave: Meios de comunicação; ditadura militar; ideologia ufanista

A COMUNICAÇÃO CLANDESTINA SOB A DITADURA MILITAR
Fabíola Lucena
(Universidade Federal de Pernambuco, mestranda em História, biolaportugal@yahoo.com.br)
Resumo:
A pesquisa consiste em identificar a comunicação clandestina usada no Movimento Estudantil secundarista e universitário na cidade do Recife, durante o regime militar. Esse tipo de comunicação se caracterizava pela criatividade e variava de acordo com a necessidade e a importância das ações praticadas. Muitas dessas comunicações eram usadas no meio estudantil ajudando na resistência ao sistema ditatorial e também servindo para alertar e informar a sociedade a assuntos relacionados ao regime militar da época. As fontes usadas até o momento são entrevistas com pessoas que militavam no período da ditadura, principalmente entre 1964 e 1974. Também foram recolhidas informações de livros biográficos e autobiográficos, onde os autores relatam muitas das práticas executadas durante o referente período.
Palavras-chave: ditadura, comunicação, clandestina.


Quinta-feira – 29/09

“É TUDO POLÍTICA DIALETICA”: A CAMPANHIA ELEITORAL DE 1958 EM PERNAMBUCO E O PARTIDO COMUNISTA.
Tásso Araújo de Brito. (Graduado em História-UFPE- tasso.brito@gmail.com)
Resumo: Em 1958, a Frente do Recife lança o nome de Cid Sampaio como candidato ao governo estadual. Esta eleição traz a tona questões importantes como a discussão para a História, como a questão do fim do hegemonia política do PSD em Pernambuco e a questão em torno da estratégia de ação do PCB (reformista versus revolucionário). O presente artigo pensará estas questões através do relato oral de José Maria da Silva, que milita no PCB desde a campanha “O petróleo é nosso!” , buscando perceber a pluralidade de significados que esta eleição pode assumir. E tentando entender como se processou o apoio comunista a Cid Sampaio.
Palavras-Chaves: Cid Sampaio, Frente do Recife, Partido Comunista. 


ANTES DO GOLPE: REPRESSÃO E MOVIMENTOS SOCIAIS E ALAGOAS (1961-1964)
Rodrigo José da Costa Mestrando em História do PPGH-UFPE, rodrigoalcantaracosta@oi.com.br

Pretendemos neste artigo fazer uma breve exposição da pesquisa que estamos realizando sobre as lutas sociais em Alagoas no período anterior ao golpe civil-militar de 1964. Assim a partir do uso da fichas pessoais da Delegacia de Ordem Pessoal, Social e Econômica DOPSE-AL e da pesquisa feita no jornal “A Voz do Povo” editado pelo Partido Comunista Brasileiro em Alagoas buscamos fazer uma analise da repressão sofrida pelos trabalhadores alagoanos no período. Quando o Major Luiz de Sousa Cavalcante assume o Governo do Estado em 1961, os movimentos sociais que alcançaram significativa expressão durante o governo de Sebastião Marinho Muniz Falcão no período anterior (1956-1961) viram essa conjuntura mudar radicalmente com a eleição do Major. Luiz Cavalcante foi o elemento mais representativo desta articulação. Declarado anticomunista estava ligado ao complexo IPES/IBAD e colocava-se numa situação de oposição ao governo Goulart e ao seu projeto “nacional reformista”, tendo atuado nas negociações que introduziram a experiência parlamentarista após a renúncia de Janio Quadros em 1961 e sendo um dos principais articuladores, no Nordeste, do golpe militar que depôs o Presidente da República.  

AS MÚLTIPLAS FACES DE UM INTELECTUAL PÚBLICO: MEANDROS DA TRAJETÓRIA POLÍTICA DE JOSUÉ DE CASTRO (1950-1964).
Helder Remigio de Amorim
(SEDUC-PE, Mestre em História, hra1901@hotmail.com)
O presente trabalho tem como intenção problematizar algumas cenas da trajetória política de Josué de Castro, intelectual pernambucano que obteve reconhecimento internacional através de estudos voltados para a desnaturalização da fome. Nesse sentido, a relação entre intelectualidade e política será o fio condutor das nossas discussões. Além da dimensão da obra de Josué de Castro, analisaremos as redes, as teias e as construções desse intelectual público por meio de alguns cargos que ocupou como deputado federal, presidente do conselho executivo da fundação de alimentação da ONU, embaixador do Brasil em Genebra, presidente da ASCOFAM. Identificando, o seu envolvimento com questões agrárias, com a criação da SUDENE, e com políticas de assistência social do período. Perceberemos Josué de Castro, como uma figura móvel, múltipla e produtora de sentidos, situada em um contexto histórico, de modo algum nos prendendo a uma história pessoal.
Palavras-chave: Josué de Castro, Intelectual Público, Trajetória.


DISPUTAS POLÍTICAS: AS PICHAÇÕES NA CIDADE DO RECIFE (1979-1985).
Thiago Nunes Soares (Mestrando em História pela UFPE, E-mail: thiagonsoares@hotmail.com)
Neste trabalho discutiremos sobre a arena de disputas políticas travadas entre os autores de pichações, o Estado e uma parcela da sociedade devido à realização dessas escritas em Recife no período de 1979 a 1985. Proibidas por leis, as pichações registraram, sobretudo, a luta por direitos civis, direitos políticos e direitos sociais e foram elaboradas por diversos setores da sociedade (partidos políticos, estudantes, sindicalistas, anticomunistas, dentre outros). Dessa forma, tornaram-se um relevante instrumento de comunicação diante da repressão, censura e vigilância da ditadura civil-militar. Por outro lado, segundo os discursos dos jornais pesquisados, essas produções gráficas tornaram-se um problema para o governo e para os proprietários dos imóveis pichados, devido aos gastos com o apagamento das frases escritas nos muros da cidade, que muitas vezes criticaram o Estado e buscaram construir negativamente a imagem de pessoas.
Palavras-chave: Pichações; Política; Ditadura Civil-Militar; Recife.


Disputas discursivas instituída pela Anistia de 1979: acerto de contas com seu algoz em “Ação Entre Amigos”.
Mázio Miguel Silva dos Santos
Este trabalho analisará os diversos discursos criados pelo projeto de anistia que são pontuados no filme “Ação Entre Amigos” (1998), do diretor Beto Brant. O centro do filme é a vida do protagonista Miguel, que guarda um ódio profundo por ter perdido familiares, além do projeto político e, ainda, não reconstruiu sua vida, destruída pela Ditadura (1964-1985). Miguel foi preso em uma ação de desapropriação de banco, torturado, juntamente com seus amigos Elói, Osvaldo e Paulo e teve sua esposa, grávida, morta nas sessões de tortura executada pelo mesmo carrasco. Passados 25 anos, descobre a falsa morte de seu torturador e inicia uma frenética caça ao seu algoz. Em um final de semana em que os amigos se juntam para pescar, Miguel revela a informação da falsa morte e tenta convencer seus três amigos a irem à caçada, pois Miguel não anistiou seu carrasco. Miguel vai à busca de revanchismo ou de justiça? Em uma perspectiva histórica, buscaremos aproximar e discutir entrelaçamentos entre a produção fílmica e a narrativa histórica sobre os ocorridos que pontuaram aquele momento da recente História brasileira.

BATALHAS DA MEMÓRIA: FRANCISCO JULIÃO E A REDEMOCRATIZAÇÃO DO BRASIL (1977 – 1983).
Pablo F. de A. Porfírio (Doutorando em História Social – UFRJ).
Francisco Julião foi um dos mais conhecidos representantes das esquerdas no período anterior ao golpe civil-militar de 1964, principalmente pela sua ação como líder das Ligas Camponesas no Nordeste do Brasil. Produzindo um discurso considerado radical, por parte da própria esquerda, como o PCB, Julião mobilizou milhares de trabalhadores rurais na luta por uma reforma agrária, que seria realizada na lei ou na marra. Neste trabalho, procuro estudar os movimentos de memória realizados por Julião, no sentido de construir um novo lugar social e, sobretudo, político para si no Brasil do final da Ditadura Militar. Analisando as diversas entrevistas concedidas pelo ex líder camponês entre o final da década de 1970 e o início dos anos 1980, busca-se produzir uma relação entre o ex-líder camponês e o processo de anistia e redemocratização desenvolvido no Brasil.
Palavras-chave: Memória; política; trajetória

Sexta-feira – 30/09

OS COMISSARIADOS DE POLÍCIA: aspectos da ação da máquina de votos do PSD nos morros e córregos da zona norte do Recife no pós-1945.
Ricardo Leite. (Mestrando em História- UFPE)
O período imediatamente após 1945 marca a incorporação de diversas comunidades localizadas nos morros e córregos da zona norte e noroeste do Recife a dimensão urbana da cidade. É também o momento em que os partidos procuram construir relações mais efetivas com os moradores das comunidades ali instaladas. Com a aproximação entre a política partidária e a população dos morros e córregos da cidade, adquire maior importância a atuação da polícia por meio da ação do Comissariado de Polícia, que era, até então, o mais influente organismo do Estado nessas áreas. No pós1945, intensifica-se a instalação de comissariados e na medida em que isso acontece seus agentes – comissários e guardas civis – se transformam em influentes personagens nas comunidades. Delegados da SSP entram para política e se destacam. O Comissariado de Polícia, além de ser importante instrumento de controle das ditas classes perigosas, assumem o papel de posto avançado da denominada máquina de votos do PSD, comandado por Agamenon Magalhães, passando a ser combatidos pela oposição. Aspectos da ação político-eleitoral do Comissariado de Polícia nos morros da zona norte recifense é o que me proponho a apresentar e discutir neste trabalho.
Palavra chave: Memória, política, polícia.


Conflitos Religiosos em Pernambuco no início do século XX: Protestantes versus Pentecostais.
José Roberto de Souza (UNICAP – Mestrando)
O nosso trabalho procura analisar a reação da Igreja Presbiteriana do Brasil (IPB) contra a implantação da Igreja Assembléia de Deus (AD) em Pernambuco na década de 1920. Buscaremos acompanhar o inicio das atividades das igrejas pentecostais no estado a partir do exame da imprensa pentecostal e presbiteriana e das atas do Presbitério de Pernambuco, órgão que coordenava os trabalhos da Igreja Presbiteriana do Brasil no estado. Essas fontes nos permitirão perceber as diferenças entre os grupos que dirigiam essas igrejas; os argumentos e as estratégias utilizadas pela Igreja Presbiteriana do Brasil (IPB) no combate aos pentecostais; bem como analisar suas características e diferenças doutrinarias.
Palavras-chave: Identidade e religião; Protestantismo em Pernambuco; Pentecostalismo e Presbiterianismo.

O DISCURSO REVOLUCIONÁRIO PROTESTANTE EM PERNAMBUCO ÀS VÉSPERAS DO GOLPE MILITAR DE 1964
Paulo Julião da Silva (UNICAMP – Doutorando)
Este trabalho tem como objetivo discutir a forma que se construiu o discurso revolucionário protestante em Pernambuco pouco antes do golpe militar de 1964. Temendo o avanço das esquerdas no país e principalmente no Estado, os evangélicos se diziam preocupados com a possibilidade da implantação de uma ditadura comunista no país. Com isso, em periódicos, nas rádios e nos templos, os “crentes” eram conclamados a se unirem em uma “revolução espiritual” para tentar impedir o avanço das esquerdas no Estado. A Conferência do Nordeste, em 1962, intitulada Cristo e o Processo Revolucionário Brasileiro, teve sua sede em Pernambuco, justamente por ser a cidade do Recife considerada na época a “Moscouzinho Brasileira”. Em nossa análise faremos uso das contribuições do teórico Francês Michel Foucault, em suas considerações sobre o discurso e a relação entre saber e poder. Pretendemos, dessa forma, entender como se deu a construção dos discursos anticomunistas em Pernambuco às vésperas do Golpe Militar de 1964 pelos diversos grupos protestantes presentes no Estado e mesmo fora dele.   
Palavras-chave: Protestantes – Revolucionário - Pernambuco

A atuação da Igreja Presbiteriana do Brasil (IPB) nos movimentos sociais em Pernambuco na década de 1960: a luta de pastores e leigos nas ligas camponesas
Márcio Ananias Ferreira Vilela,
doutorando pelo Programa de Pós-Graduação da UFPE, bolsista da FACEPE - ananiasvilela@hotmail.com
O objetivo deste trabalho é pensar como um importante segmento da Igreja Presbiteriana do Brasil (IPB) composto por pastores e leigos se insere nas lutas sociais no início da década de 1960 em Pernambuco, sobretudo nas ligas camponesas, cujo líder de maior destaque era Francisco Julião. Como ocorria esta atuação? Como pastores e leigos pertencentes a uma instituição evangélica rígida, hierárquica e que proibia em grande medida tal envolvimento, eram levados a trabalhar em prol da reforma agrária? Para tanto, uma série de documentos como jornais e fontes orais tem possibilitado um maior entendimento sobre este segmento social (os presbiterianos) e sua atuação política e nos movimentos sociais. É importante salientar também, que uma parte considerável de presbiterianos estavam numa outra frente de combate, ou seja, ao lado de outros grupos evangélicos e de católicos, combatiam os comunistas e/ou os que assim eram nomeados. Estavam entre aqueles grupos civis que apoiaram as ações militares de abril de 1964 e se destacaram como legitimadores do regime militar no Brasil.


DO OUTRO LADO: memórias femininas do 1º de abril (Recife, 1964)
Andréa Bandeira (UFBA – Doutoranda – andreabasa@uol.com.br)
Ante o contexto exposto, pretendemos observar e narrar como mulheres que operaram em lados diferentes da política – de um campo, na conspiração e preparação da revolução; de outro campo, na resistência ao golpe –, viveram e guardam nas suas memórias o 1º de abril de 1964, e assim reconstruir, a partir dessas revisitações, uma história do dia. São memórias que tem apenas um lugar, o Recife, e apenas um curto espaço de tempo, o em torno e o 1º de abril de 1964, um tempo que se alterna entre uma memória individual, uma memória coletiva e uma memória histórica. Essas mulheres recordam de si e do outro, do papel e da atuação dos militares e da sociedade civil, de um lado e do outro dos grupos e classes sociais. Dessa forma, repensar a história, a partir de memórias e histórias de vida de mulheres que participaram diretamente dos eventos que precipitaram o 1º de abril de 1964, realidades sociais distintas e motivações diferentes, mas que se cruzaram por suas ações iminentes nos eventos, e que na experiência dos fatos, nos distintos lugares da prática política e no processo histórico suscitou entendimentos diversos, convergentes, divergentes e até contraditórios: revolução, contrarrevolução ou golpe civil-militar.
PALAVRAS-CHAVES: Mulheres; Memórias; 1º de abril de 1964.

A REPERCUSSÃO SOCIAL DO GOLPE MILITAR NA CIDADE DE CAMPINA GRANDE – PB.
Fernando Joaquim Mendes Colaço (Graduado pela Universidade federal de Campina Grande – UFCG / fernandoguian@yahoo.com.br)
Co-autor: Valeska Vasconcelos Correia (Graduanda pela Universidade federal de Campina Grande – UFCG / valeskavasconcelos@yahoo.com.br)

Os anos sessenta exercem um enorme fascínio sobre aqueles que se dedicam ao estudo das transformações da sociedade brasileira no século XX. Este trabalho propõe abordar o período de 1964 a 1968 do golpe civil-militar, compreendendo não apenas ao instante do Golpe, mas aos momentos que o antecederam, bem como, acompanhar sua progressão durante os anos seguintes. Procuramos refletir a respeito das raízes e dos fundamentos dos discursos históricos do golpe civil-militar na cidade de Campina Grande – PB, nos anos de 1964 a 1968, tentando compreender as complexas relações que se estabeleceram entre o Golpe Militar e a sociedade da época, verificando até que ponto e de que maneira esses discursos foram se transformando e acompanhando a evolução do Regime Militar nesta cidade. Contudo, utilizamos como metodologia a história oral, através da coleta de depoimento de estudantes e membros do exército como principal fonte documental do nosso trabalho.
Palavras-Chave: Golpe Civil-Militar de 1964; Memória; Sociedade Civil.



Relatos Orais, e outros relatos de uma Religiosidade popular em diálogo: Sul da França e Nordeste do Brasil

(Universidade Católica de Pernambuco, Mestrando em Ciências da Religião, silveriop@me.com)
Silvério Leal Pessoa.

Resumo.        
Este trabalho pretende investigar através de relatos orais e outros relatos, as expressões da religiosidade popular Nordestina no Estado de Pernambuco, estabelecendo comparações com a religiosidade popular Occitan do sul da França. A cultura e a memória popular das duas regiões apresentam semelhanças em vários aspectos; sociais, políticos, históricos, religiosos e econômicos, possibilitando um estudo no qual as conexões culturais são fundamentais para se entender as formas de resistência da religiosidade popular de ambas as culturas, diante do processo de globalização e da tentativa de homogeneidade cultural, incluindo as crenças e visões do sagrado de cada cultura. A partir da secularização, as religiões do mundo e as relações com o sagrado começaram a sofrer transformações como resultado da modernidade e da pós-modernidade. Este estudo fortalece o espaço da religiosidade popular conectando os valores religiosos do Nordeste com as tradições Occitans do sul da França, descortinando e revelando um universo possíveis de diálogos.

Palavras-chave : Religiosidade popular, Oralidade religiosa, Pluralidade e trânsito religioso.

04. Memória do movimento negro: religião, cultura e sociabilidade. Local: Auditório - Sala de Vídeo 02º Andar)
Isabel Cristina Martins Guillen (Departamento de História da UFPE) iguillen@uol.com.br
Ivaldo Marciano de França Lima (UNEB, Campus de Alagoinhas.)
Apresentações:

DIA 28/09 – Maracatus Nação

1 - Jailma Maria Oliveira. Entre lutas e perseguições: o papel do movimento negro no contexto histórico dos maracatus nação pernambucanos.

A história das manifestações afro-descendentes no Brasil sempre esteve marcada por eventos de lutas e perseguições policiais. No cenário local este trabalho analisa o caso dos maracatus nação, como uma expressão cultural que se situa nesse contexto dissensões. Sendo o maracatu composto por pessoas negras oriundas das camadas populares sua trajetória foi palco de muitas repressões, por ser visto pelas elites governantes como mantenedor de uma cultura “incomodativa” e “selvagem”. Os enfrentamentos marcaram este tipo de grupo como um mediador simbólico de uma identidade racial negra. Essa caracterização foi imputada pelas ações do Movimento Negro em Pernambuco na década de 1980, que inspirados, entre outros aspectos, nos registros dos folcloristas do início do século XIX, os quais associavam os maracatus à população negra, acionou mais claramente esta manifestação e as religiões afro-brasileiras como um sinônimo de pertencimento de classe e raça simultaneamente. Embora permaneça o consenso de que o maracatu é uma manifestação de pessoas negras e pobres, tal caracterização ganhou relevo favorecendo a positivação dos grupos. Hoje o maracatu vive sua época mais promissora, ocupando uma nova posição dentre os símbolos de uma identidade pernambucana e ao mesmo tempo sendo associado à cultura negra desta região.

2 - Anna Beatriz Zanine Koslinski. Maracatus Nação Pernambucanos em tempos de globalização: ressignificações na dimensão religiosa.
Após períodos de dificuldades e decadências, os maracatus-nação se apresentam hoje como um dos símbolos da identidade pernambucana, sendo o centro das atenções na abertura do carnaval da cidade. Tamanha visibilidade, que está diretamente relacionada à questões como globalização e mercado cultural, tem contribuído significativamente para uma reconfiguração das diversas dimensões dos maracatus, dentre elas a da religião. A globalização, que muito favoreceu não só os focos de resistência cultural (o exótico), como também a transformação desse exótico em produto, tem imposto uma série de valores aos quais as manifestações populares não conseguem ignorar, visto que também buscam seus espaços de inserção na sociedade. O presente artigo tem como objetivo apresentar as consequências das tensões entre o local e global para a configuração da religiosidade nos maracatus-nação pernambucanos.

3 Walter Ferreira de França Filho. Maracatu Nação Estrela Brilhante do Recife: ruptura e continuidade das tradições maracatuzescas.
O Maracatu Nação Estrela Brilhante do Recife pode ser considerado um dos responsáveis pela valoração do novo tipo estilístico de se fazer Maracatu Nação na atualidade, com destaque na cena cultural, local e internacional. Seu mestre e pupilos são cobiçados por oficinas e constantemente recrutados para oficinas realizadas até no exterior. A nação Estrela Brilhante do Recife e Seu mestre Walter França, tem participação efetiva na criação de um novo estilo de mestres, que foi sendo construído pelo seu batuque com elementos inovadores tais como “o baque” mais acelerado e com breques, lembrando os do samba, e o não menos importante novo estilo de melodia nos maracatus. Criando  ao mesmo tempo os sotaques nas nações para se diferenciarem entre si. Como objetivo, pretendo discutir a relação entre os instrumentos inseridos pelo mestre Walter a partir da segunda metade da década de 1990. Este artigo discute entre outras a relação cultural construídas pelo modo inovador com que o Maracatu Nação Estrela Brilhante do Recife, faz inserções de instrumentos para a sua música promovendo a si e aos demais grupos que os inserem em suas nações. Seu objetivo é demonstrar os significados das Mudanças sob o olhar performáticos desse grupo.

4 - Judite Andrade da Silva. Maracatu, no baque virado das alfaias o cantar de sua nação.
Essa comunicação tem por objetivo mostrar alguns estudos realizados pela nova historiografia que tem observado os maracatus a partir de novos olhares, novas leituras, em contraponto a antiga historiografia que determinava origens, padrões, início e fim dos maracatus. É uma pesquisa inicial, mas que nos possibilita perceber como antigos conceitos estão sendo repensados e reescritos. Pensamos trabalhar a partir dos anos 2000 a 2010. Desenvolvemos pesquisas bibliográficas, de campo e entrevistas. Dialogaremos com diversos autores, dentre eles Pereira da Costa, Guerra Peixe, Ivaldo Marciano de França Lima e Isabel Cristina Martins Guillen, e com marcatuzeiros do Estrela Brilhante e do Nação Pernambuco

5 - Ivaldo Marciano de França Lima. Nação, maracatus, memória e o presente: as ressignificações da história e do passado entre os maracatuzeiros e maracatuzeiras do Recife contemporâneo.
Famosos no Recife e em grande parte do país, os maracatus de baque virado são conhecidos também pelo termo de “nação”. Grande parte dos estudiosos atribuem aos grupos tidos como “mais tradicionais” o conceito de maracatu-nação e os maracatuzeiros que os integram, em sua maioria se auto-definem como participes de uma nação. Este termo, entretanto, longe de se constituir em um conceito acadêmico, revela as tensões, conflitos e disputas existentes entre os maracatus “tradicionais” e os grupos percussivos da atualidade. Este trabalho tem como objetivo discutir alguns dos significados e sentidos da palavra “nação” entre os maracatuzeiros, enfatizando as mudanças que ocorreram ao longo dos tempos, ao mesmo tempo em que objetiva perceber como a nação é fundamental na constituição das identidades, bem como a memória social que é compartilhada pelos seus membros. Essa memória é fundamental na construção dos maracatus contemporâneos, pois ela define a tradição compartilhada bem como os sentidos das mudanças que ocorrem cotidianamente. Também será objeto de discussão neste trabalho, a discussão em torno das diferentes maneiras dos maracatus se apresentarem como nação, utilizando-se das observações dos dezenove grupos filiados a AMANPE (Associação dos Maracatus Nação de Pernambuco), que participaram do inventário sonoro e do projeto de História e Memória dos maracatuzeiros.

DIA 29/09 – Movimento e identidade negra
1 Alba Cleide Calado Wanderley.  Elementos constitutivos da identidade afrobrasileira no sertão paraibano.
Este artigo se propõe apresentar alguns elementos que fundamentam a construção e afirmação da identidade afrobrasileira nos espaços das Irmandades do Rosário do sertão paraibano, a discussão é embasada à luz dos Estudos Culturais, na perspectiva de Stuart Hall e Muniz Sodré.   Metodologicamente, fizemos uso da pesquisa do tipo etnográfica, da história oral e da observação participante como forma de registrar, vivenciar e interpretar esses rituais afrobrasileiros. Nas Irmandades do Rosário do sertão paraibano, a construção da identidade afrobrasileira acontece por um processo mutável e relacional, com base na realidade em que esta inserida. Os membros das Irmandades do Rosário do sertão paraibano são seres políticos e assumem uma identidade política na defesa dos seus direitos e no próprio reconhecimento de quem são.

2 -Vanessa Marinho. Militância negra e expressão estética no Recife.
Neste trabalho, objetivo propor um debate sobre a relação entre a estética, enquanto forma de expressão do belo, e a expressão da identidade em militantes negros no Recife, atuantes entre os anos de 1980 e 2003, a fim de demonstrar que a forma de utilização de imagens associadas a uma herança africana se configura como um instrumento de valorização das características do indivíduo afrodescendente - até hoje consideradas depreciativas por alguns. Neste sentido, destaco que a cor da pele, as formas de usar o cabelo e o uso de indumentárias e acessórios associados a uma idéia de beleza negra se configuram como catalisadores deste processo de ressignificação da cultura negra.  Para tanto, apresento algumas iniciativas coletivas no âmbito da valorização da estética negra, inspiradas nos movimentos norte americanos e a importância da idéia de arte africana neste processo.

3 - Maria Aparecida de O. Souza. Negras e negros em movimentos
A história da atuação do movimento negro no cenário político brasileiro é fato inegável, assim como é inegável a sua importância na valorização da cultura e da história de construção da identidade negra, afro-brasileira ou afro-descendente, pois possibilitou a elevação da autoestima desses sujeitos sociais que, por séculos, estiveram à margem da sociedade. O movimento negro contribuiu, de maneira significativa, para desconstruir, por exemplo, o padrão de beleza nacional, cujo modelo ideal é aquele que mais se aproxima do modelo de referência, o “branco”. Nesse modelo, o negro, o pardo, o crioulo, o mulato, são a cor por excelência, e o branco, a não cor. Para BRAIDOTTI (2002, p. 9-10) O branco possui o poder representacional de ser tudo e nada, no entanto o negro é sempre apontado como uma cor, ou seja, a cor branca possui uma visibilidade estruturada e naturalizada que tem como resultado,segunda a autora, a máscara da “falta de cor multicolorida”.  

4 - Johanna Brígida Rocha Ribeiro Meyer.  Mulheres negras, trabalho e História: algumas considerações.
Este trabalho tem como objetivo discutir alguns aspectos existentes na relação entre mulheres, mundo do trabalho e a História, tendo como objeto alguns movimentos de mulheres alagoinhenses, partindo do movimento de lavadeiras, trabalhadoras rurais, grupos de artesãs e associação feminina de bairro. Enfrentando problemas de todas as ordens, seja a violência familiar, seja a dificuldade em manter-se financeiramente, estas mulheres buscaram organizar-se em diferentes associações com o intuito de conseguirem mitigar suas dificuldades. A partir destes movimentos, observa-se que estas mulheres construíram identidades pautadas no sentimento de luta pela sobrevivência. Quais aspectos foram fundamentais para a construção destes movimentos? Quais identidades predominam nestas mulheres? Para este trabalho foram utilizados discussões com a bibliografia específica sobre o tema, além de entrevistas com as principais lideranças dos movimentos de mulheres alagoinhenses.

DIA 30/09
1 –Iyalê Tahyrine Moura Correia. A cultura afro-descendente no pós-abolição: o catimbó nos jornais.
O presente trabalho busca analisar as práticas e representações repressivas que se abateram sobre as manifestações culturais da população afro-descendente do Recife, especificamente as práticas religiosas de matriz africana, no período do pós-abolição entre 1890 a 1920. Por meio do noticiário dos jornais e processos criminais procuraremos analisar de que maneira a grande imprensa e a polícia atuaram de forma denunciativa e persecutória em relação a esse grupo.

2 -  Fábio Freitas dos Santos - Bamor: o samba-reggae como parte da identidade negra no futebol da Bahia.

O presente trabalho, ainda em caráter inicial, tem como proposta analisar a relação entre futebol e samba reggae, buscando compreender os motivos que levaram um grupo de torcedores, identificados na Torcida Organizada Bamor, a terem no samba reggae o seu “ritmo oficial”, além de apresentar a relação entre futebol e música no Estado da Bahia, a partir das ações e performances de uma das mais significativas torcidas organizadas do Esporte Clube Bahia: BAMOR. Fundada no dia 12 de agosto de 1978 por um grupo de estudantes do Colégio Marista, esta logo caiu nas graças de jovens torcedores fieis que acompanham o clube por todo Brasil, levando para os estádios na Bahia um ritmo tido pelo senso comum como de origem baiana. O samba reggae é fruto das composições entre o “samba duro”, e as inovações percussivas feitas ao longo dos anos 1990 pelo mestre Neguinho do Samba. Grosso modo, sabe-se que no geral predomina a prática do samba enquanto ritmo musical que embala os gritos das torcidas organizadas nos estádios. Salvo algumas poucas exceções, a Bamor é uma das torcidas que se apresentam nos estádios com o samba reggae, fortalecendo uma identidade negra tanto no clube, como na torcida em questão

3 - Edite Nascimento Lopes. A África em cena: representações estereotipadas do continente negro.
O presente trabalho, ainda em andamento, tem como objetivo entender as representações do continente africano, feitas com base em estereotipias pelos filmes hollywoodianos. Através da analise de alguns destes filmes, observa-se a existência de visões errôneas e deturpadas sobre a África e os seus habitantes, desprezando as multiplicidades e diferenças existentes nos mais variados povos que habitam este continente. O que estes filmes consagram, em geral, se constituem em certezas cristalizadas sobre a África, como se este fosse o lugar da violência, das guerras, fome, doenças, desordem e ausência da civilização. Percebe-se então, que a indústria cinematográfica vem se apropriando de valores europeus para representar os cenários históricos da África. Uma idéia para reforçar uma concepção da África e de seus habitantes como sendo um lugar diferente dos demais, ou seja, um lugar de seres desprovidos de racionalidade, de sentido histórico e, sobretudo, de sentido cultural que estão sempre sujeitos ao subdesenvolvimento.

4. Paloma Ferreira Teles. O projeto Jorge Amado, cultura negra, lei 10.639/03: educação como instrumento de resistência da comunidade negra.
O presente trabalho tem como objetivo discutir os projetos de formação político-educacional utilizados pela população negra como instrumentos de emancipação social no cotidiano soteropolitano do século XX. Objetiva-se também discutir os legados e as contribuições culturais dos afro-descendentes, evidenciados nos trabalhos de Jorge Amado, e as possibilidades destas serem trabalhadas em sala de aula, a partir da lei 10639/03. Este trabalho tem como principal questão analisar, de forma mais profunda, as representações da ideologia educacional construídas na Faculdade de Medicina da Bahia, que afirmavam, dentre outras questões, serem os mestiços um problema para o progresso social do Estado. Estas representações foram contestadas pela população negra do Pelourinho, ricamente ilustradas na obra Tenda dos Milagres (1969).

05. Tempo e Narrativa na HistóriaCoordenador: Prof. Dr Jorge Siqueira. (Local:Auditório - 11º Andar) 
Apresentações:
Dia 28/09:



CONSTRUINDO AMÉLIA MACHADO: UMA REFLEXÃO ACERCA DO PAPEL DO BIÓGRAFO NA CONSTRUÇÃO DA VIDA DE UM SUJEITO
Ariane Liliam da Silva Rodrigues Medeiros (Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Mestranda em História,E-mail: lili_ariane@yahoo.com.br)

RESUMO:
As cidades são palco para crenças, narrativas fantasiosas e mitos que marcam as memórias de seus habitantes. Na Cidade do Natal, Amélia Duarte Machado (1881-1981), depois de ficar viúva do rico comerciante português Manoel Machado, em 1934, ficou conhecida como a Viúva Machado. A Viúva Machado foi cercada por um mito. O imaginário natalense associou essa mulher ao chamado “papa-figo”, um ser amedrontador que comia o fígado de crianças. O presente trabalho abrange as diretrizes iniciais para o desenvolvimento da dissertação de mestrado que tem por objetivo analisar, através da Biografia de Amélia Duarte Machado, aspectos da construção dos espaços do “papa-figo” na Cidade do Natal. Dessa maneira, a partir do exemplo da construção da biografia desta mulher, discutiremos certos elementos que envolvem o uso do gênero biográfico pelos historiadores, refletindo acerca do papel desse intelectual na narrativa biográfica.
Palavras-Chaves: Viúva Machado – Biografia Histórica – Espaços

“IDIOMA” DE TRECHEIRO: A PALAVRA DOBRADA
Ana Maria de Souza - Doutoranda UFPE

Resumo: O texto propõe “brincar” com a idéia de que as palavras, mais do que relacionadas a um significado cristalizado, estão antes relacionadas aos territórios “móveis” das astúcias e das práticas cotidianas. O ponto de partida é a reflexão em torno dos estilos de vida de  segmentos sociais designados como trecheiros na cidade de Cuiabá/MT. Focaliza o uso de um vocabulário singular, privilegiando reconhecer o uso tático das palavras e  dos discursos. O vocabulário  revela  maneiras ou a arte de utilizar as palavras, que variam de acordo com o interlocutor,  adquirindo o significado tático de entrar no jogo do outro.

A GUERRA DO PARAGUAI NA LITERATURA DIDÁTICA: UM ESTUDO COMPARATIVO
André Mendes Salles (Mestre em História pela UFPB. Professor do Departamento de Educação da UFRPE. E-mail: andremendes.s@hotmail.com)
Resumo: O trabalho que ora apresento é oriundo de minha pesquisa de Mestrado intitulada A Guerra do Paraguai na literatura didática. Um estudo comparativo, desenvolvida junto ao Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal da Paraíba. Nosso objetivo foi analisar, em um estudo comparativo, as abordagens em edições previamente selecionadas de livros didáticos de História, produzidas nas décadas de 1980/90/2000, no que concerne a um assunto específico: a Guerra do Paraguai. Levando em conta o debate que se travou a nível acadêmico acerca dessa temática e à luz dos novos estudos historiográficos, analisamos os livros didáticos dos seguintes autores: Nelson Piletti, Elza Nadai & Joana Neves e Gilberto Cotrim. Os livros didáticos dos autores em destaque atravessaram o período dos chamados revisionismo e neo-revisionismo no que se refere à historiografia da Guerra do Paraguai. Assim, buscamos relacionar o referido conteúdo nos livros didáticos selecionados, em suas diferentes edições, com a bibliografia e produção acadêmica da época e observar as influências historiográficas para sua produção, percebendo se houve mudanças na formulação do texto e interpretação dos autores dos livros escolares a partir da renovação historiográfica.
Palavras-chave: Guerra do Paraguai; Historiografia; Conhecimento histórico escolar.
NARRATIVAS DO OUTRO: TRAJETÓRIA BIO-HISTORIOGRÁFICA DE RAIMUNDO ANTONIO DA ROCHA LIMA.
Ariane Bastos Gonçalves de Araujo (Mestrado Acadêmico em História e Cultura -MAHIS-UECE, mestranda, bolsista CAPES, arianemahis@gmail.com).
Resumo: A vida de Raimundo Antonio da Rocha Lima não foi o que está escrito sobre ele, e nem o será nas escritas futuras. Acredito no que escrevo, por isso escrevo uma verdade sobre Rocha Lima. Como disse Certeau, “A escrita da história traz de volta os mortos, reinscrevendo-os na vida a partir de sua transformação em matéria prima de uma narrativa”(CERTEAU, 1982). Rocha Lima existiu. Cearense, nasceu em Fortaleza, 1855, participou de vários círculos letrados e dos embates filosóficos e políticos na cidade de Fortaleza na década de 1870. A presente comunicação é fruto do 1º capítulo da dissertação intitulada Raimundo Antonio da Rocha Lima: a palavra-ação em punho do “Gladiador do Pensamento” na cidade de Fortaleza 1874-1878, na qual refletimos sobre o ato de narrar o outro: os modos de ver, perceber, sentir e organizar uma narrativa sobre a trajetória de vida de um sujeito histórico; analisando o processo de construção da narrativa pelo historiador, compreendida aqui como organizadora das informações, criadora de efeitos argumentativos e explicativos, produtora de um discurso historiográfico. Objetivamos compreender como Rocha Lima até o presente momento foi lido e transformado em texto, sob um certo enquadramento da memória lítero-historiográfica.
PALAVRAS-CHAVE: NARRATIVA; BIOGRAFIA; ROCHA LIMA.

TOPÔNIMOS DA MEMÓRIA, PASSAGENS DA HISTÓRIA: HÁ UMA HISTORIOGRAFIA NO VALE DO SÃO FRANCISCO NOS ANOS 1970?
Elson de Assis Rabelo (Professor da Universidade Federal do Vale do São Francisco/Mestre em História pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte – elson_rabelo@hotmail.com)
Resumo: Este trabalho pretende discutir o surgimento de uma historiografia amadora no Vale do São Francisco, especificamente na cidade de Juazeiro da Bahia, nos anos 1970. Tal escrita da história era praticada por professores, advogados e funcionários públicos que lutavam também por questões sociais relativas ao “progresso” e à transformação espacial da região, em franca época do desenvolvimentismo promovido pelas instituições locais e regionais, sob o regime militar. Desdobrada em uma escassa publicação de livros e em colunas de jornal, essa incipiente produção indicam um conceito abrangente de história, que passava pelo folclore e pelas práticas de colecionismo de imagens e artefatos do passado, além de esclarecem amiúde sua concepção do documento “verídico, autêntico e esclarecedor”, que sinalizava um flerte com a oralidade, mas era aferrado à busca da “Verdade Histórica”. Enquanto situava os marcos temporais da constituição deste espaço, desde a colonização até a decadência da navegação fluvial, que se dera décadas antes, tais narrativas apontam também para a expectativa ante as mudanças que essa sociedade vivia.
Palavras-chave: história, narrativa, Vale do São Francisco.


Dia 29/09: 

A REVOLUÇÃO BRASILEIRA: NARRATIVA, TEMPO E HISTÓRIA
Bianca Nogueira da Silva Souza (Mestra em história – UFRPE, bia_nog@hotmail.com)

Resumo: A Revolução brasileira foi pauta consideravelmente discutida na sociedade recifense entre os anos de 1960. Por ter uma história e por ter sido construído na tensão entre grupos sociais, esse conceito tornou-se polemico, fluido e por isso, passivo de análise. Tecido entre muitos fios políticos e culturais, a instabilidade que o caracteriza o congregou a uma esfera meta histórica. Nosso objetivo com este trabalho é discutir o conceito de Revolução Brasileira e seus impactos na cidade do Recife nos anos que antecederam o golpe civil-militar de 1964. Para tal, tomamos com fonte de investigação duas construções narrativas que marcaram a época: o discurso jornalístico e as cartilhas para alfabetização de adultos produzidas no período. Parte dessas fontes se esforça na curiosa tentativa de construção de um fluxo do tempo, que implicaria em ações concretas no presente para a construção de um futuro “socialmente justo e tão desejado”. Nosso interesse está em perceber como essas múltiplas temporalidades se tangenciam na construção de um dos capítulos mais efervescentes da nossa recente história social e política.
Palavras-chave: Revolução brasileira, Tempo histórico, Narrativa

A HISTÓRIA CONTADA: REFLEXÕES EM TORNO DA ESCRITA DO(A) HISTORIADOR(A)
Carlos Antônio Pereira Gonçalves Filho (Doutorando em História, UFPE, carlos.historia7@hotmail.com)
Resumo: Este trabalho analisa o papel que a escrita representa no trabalho do (a) historiador (a) destacando os pressupostos conceituais e empíricos envolvidos no processo de construção do discurso histórico. Tendo por base nossa experiência na redação do texto da dissertação de Mestrado, elencamos cinco aspectos que consideramos pertinentes no processo de escrita: o historiador como narrador, objetivos do texto histórico, uso do tempo, recorte e inserção textual e estilos de narração. A metodologia se baseia na análise de trechos de algumas obras historiográficas e literárias, destacando os principais elementos envolvidos de modo a levantar algumas reflexões gerais sobre a temática. Deste modo, pretendemos destacar a pertinência da relação entre História e Literatura apontando as contribuições desta última para a escrita do (a) historiador (a).
Palavras-chave: Narrativa histórica, Discurso, Relação História-Literatura.

DEBATES E TENDÊNCIAS: UM OLHAR HISTORIOGRÁFICO ACERCA DO SISTEMA ESCRAVISTA NO PIAUÍ-XIX
Débora Laianny Cardoso Soares (Mestranda do Programa de Pós-Graduação em História do Brasil pela Universidade Federal do Piauí, e-mail: debora.lcs@bol.com.br)

RESUMO: O presente artigo objetiva visualizar um panorama de produções historiográficas e de tendências de debates, como de objeto, em torno do sistema escravista vigente no Piauí do século XIX. Levando em consideração as relações em torno da economia motriz da Província, a pecuária. Revisando assim, pesquisas produzidas em torno deste segmento o texto privilegia alguns trabalhos historiográficos que nortearam toda uma produção cientifica sobre a temática. Como também propõem um olha especifico sobre as mulheres escravizadas, como formar de fomentar o debate sobre a escravidão no sertão.
PALAVRAS-CHAVE: Historiografia. Escravidão. Piauí.

REVISTAS DA ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL: NARRATIVA E HISTÓRIA
Deíllio Moreira da Silva Souza Graduado em Música (STBNB) e Graduando em História (UFPE) – deilliosouza@hotmail.com
Resumo: Em 1907 surge no Brasil a Convenção Batista Brasileira, órgão que se propõe a institucionalizar e regulamentar as atividades das Igrejas Batistas brasileiras. E sob a tutela desta, são criadas várias juntas administrativas, dentre elas, e consideradas das mais importantes, estão a Junta para a Escola Bíblica Dominical e a Junta para a Casa Publicadora Batista, que entre outras responsabilidades estava a de produzir e distribuir as revistas das Escolas Dominicais. A criação destas Juntas foram de vital importância para a consolidação dos Batistas no Brasil ao inaugurarem a formalização das Escolas Dominicais nestas igrejas, visto que, estas passaram a ser um centro de treinamento para os fiéis em todo o país, obedecendo a uma grade curricular e material padronizado. Desta feita, o presente trabalho se propõe a construir a história da principal ferramenta de aprendizado desta escola, as Revistas da Escola Bíblica Dominical, na tentativa de observar nessas narrativas os códigos de comportamento, os pensamentos e crenças difundidas por esta denominação.

EUSÉBIO DE SOUSA E A CONSTRUÇÃO DA NARRATIVA HISTÓRICA: O CASO DE IPU-CE
Antonio Vitorino Farias Filho (Doutorando em História pela Universidade Federal de Pernambuco e-mail: vitorinofilhoipu@yahoo.com.br)
Resumo: Nas primeiras décadas do século XX um pequeno grupo de pessoas, ligado ao poder local, produziu um discurso bastante singular. Em resumo, defendia que a cidade de Ipu, então região norte do estado do Ceará e ligada ao porto de Camocim-Ce pela Estrada de Ferro de Sobral, estava atingindo o progresso e a civilização em função das transformações pelas quais vinha passando naquele momento. É nesse contexto que se insere a figura singular de Eusébio Neri de Sousa, pernambucano, historiador e juiz da comarca de Ipu entre os anos 1913 e 1918. Como um dos defensores dos valores progressistas, construiu uma narrativa sobre a história local que jogava as suas expectativas e a de seu grupo para o passado, ao fundar um “mito de origem”, e projetá-las para o futuro. É assim que o magistrado busca as origens remotas da fundação da cidade e sua “evolução histórica”, num desenrolar que vai do passado mais remoto aos dias atuais, isto é, o momento em que escreve (1915). Desta forma, a proposta desta comunicação tem por objetivo analisar a construção narrativa sobre a história da cidade de Ipu levada a cabo por Eusébio de Sousa e ainda hoje ensinada nas escolas desta cidade como a “verdadeira história”.
Palavras-chave: narrativa histórica, ideia de progresso, representação.


Dia 30/09:

NAS FONTES, OS PASSOS DE UMA PRÁTICA: A SEGREGAÇÃO ASILAR
LEAL, YGOR GOMES DE SANTANA BARROS LEAL (UPE CAMPUS PETROLINA- GRADUADO HISTÓRIA YGOR.LEAL@HOTMAIL.COM)
Resumo: Com a ampliação do campo do historiador ascende sob o mesmo uma variedade de objetos, estes produzidos pelo emprego de técnicas, instrumentos e sistemas de operação do presente que possibilita pensar a história e interpretá-la. A relação estabelecida com as fontes e documentos, como Certeau (2010) salienta toma um caráter de operação, pois é cruzando informações e interpretando que se emergem as possibilidades da pesquisa. Em vista disso a presente pesquisa com o Jornal De Juazeiro, Jornal Pharol e as Atas de Fundação Do Lar São Vicente de Paulo-Juazeiro-BA tem por objetivo problematizar nas referidas fontes o que fora considerado como silenciado, não dito. Para tanto dialoga ainda com a Sociologia, tendo por vista uma ampliação crítica sob as fontes e o objeto, sendo este o dispositivo asilar. Propõe-se então a identificar como foram feitos os investimentos discursivos que passaram a estreitar a ligação entre a velhice desamparada e a Instituição, tendo por resultante a legitimação da prática do internato. Prática constituída socialmente e identificada nas fontes como um processo que viria paulatinamente a definir um espaço geográfico especifico, que tem seu funcionamento a partir da segregação.
Palavras chaves: Fontes, Discurso, Asilo.

MANUEL INÁCIO: DESDOBRAMENTOS POLÍTICOS EM ALAGOA DE BAIXO NO FINAL DO SÉCULO XIX
João Henrique Lúcio de Souza (Centro de Ensino Superior de Arcoverde, Especialista em Programação do Ensino de História – UPE, e-mail: souzajhl@yahoo.com.br)
Resumo: A exclusividade da caatinga não se restringe a sua flora e fauna. As relações sociais e políticas reproduzidas nesta “mata branca”, também são únicos, mas não invariáveis. No Moxotó pernambucano, mais precisamente em Alagoa de Baixo, a figura de Manuel Inácio, veio para desconstruir o caminho percorrido pela inverstidura coronelesca, a práxis coronelística de Manuel Inácio é reversa ao exercício da política comumente observado no sertão do século passado, pois, não sendo homem de muitas posses, chega ao poder (se mostrando como homem de “bem”) derrotando o adversário da situação (homem de “bens”) e só depois se entende com o governo. Com a chegada da república a vida cotidiana e a situação das famílias de trabalhadores rurais, que no final do século XIX representava dois terços da população brasileira, não alterou-se. Os grandes latifúndios continuavam operando no país, e representavam a razão principal da miséria e da submissão da população rural. A terra era o ganha pão para quase setenta por cento da população do Brasil, por isso, a falta dela, ou melhor, a má distribuição das terras, levavam os trabalhadores a uma situação social desumana, nessa perspectiva surge o coronel, homem de bem, habilidoso, que vai saber enfrentar e aproveitar-se dessa situação.

NARRATIVAS DO PATRIMONIO CULTURAL E(M) GESTÃO TERRITORIAL NOS SERTÕES DO BRASIL EM FINS DO SÉCULO XX.
Luiz Gonzaga Baião Filho (Universidade Federal de Pernambuco, Doutorando em História, luizgonzagafh@yahoo.com.br)
Resumo: A presente comunicação tem o objetivo de abordar a historicidade do problema da gestão e das fontes patrimoniais do Parque Nacional da Serra da Capivara situado nos sertões do Brasil, suas relações com o tempo presente mediante o impacto na configuração da memória e do cotidiano de camponeses sertanejos, marcada por conflitos culturais e práticas sociais em torno da definição deste território ao longo das últimas décadas pelo conceito de patrimônio cultural. Afinal, nosso intuito consiste menos em apresentar os resultados das pesquisas e da criação deste Parque Nacional, que articular narrativas e eventos que tornaram possíveis a ressignificaçao do território e do tempo histórico, edificados neste caso sob a égide da arqueologia e de outras disciplinas, vistas por meio de indícios, sintomas e sinais do que François Hartog denominou de “olhar museológico”, quanto à nova formulação do conceito de patrimônio no Ocidente, marcado pelo surgimento de um novo regime de historicidade.
Palavras-chave: Patrimônio – Campesinato – Parque Nacional

NARRATIVAS DE FOLHETOS: J. BORGES E AS MALDIÇÕES DA MODERNIDADE
Maria do Rosário da Silva (Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal de Pernambuco, doutoranda, transilin@yahoo.com.br)
Resumo: Neste trabalho, tomei o folheto o Exemplo da Mulher que Vendeu o Cabelo e Visitou o Inferno escrito em 1967 por j. Borges, como um fragmento das narrativas de folhetos, instrumento e fonte histórica, para conhecer as condições de produção deste poeta na década de sessenta na região Agreste de Pernambuco.
Para a consecução desse escrito associei entrevistas temáticas, pesquisa documental, leituras e o exercício de composição textual, buscando interpretar as prescrições sociais, os exemplos e os acontecimentos escolhidos por J. Borges para narrar os anos sessenta. Apreendi a trama narrativa registrada no folheto não como indício de um real que se pode desvendar, mas como um acontecimento histórico.
Entre outras referências conceituais, apropriei-me principalmente, da noção certeauriana de cultura ordinária para refletir sobre o caráter problemático da dualidade cultura popular/cultura erudita que envolve o debate sobre o status da literatura de cordel.  Portanto, esse trabalho está inscrito numa combinação que associa um lugar social, práticas científicas e maneiras de narrar e escrever.
Palavras-chave: literatura de cordel, J. Borges, narrativa histórica.
História e narrativa em Marshall Sahlins
RAimundo inácio – doutorando em história pela ufpe
Resumo: Este trabalho visa discutir uma proposta de narração para a história cultural da cultura cabocla no interior do Estado do Maranhão a partir das discussões propostas pelo antropólogo americano Marshall Sahlins, em sua crítica à abordagem utilitarista dos significados culturais. Sem negar a importância de análises macro – como as que utilizam o conceito de sistema mundial – Sahlins argumenta que é preciso buscar a maneira como cada sociedade interpreta os acontecimentos, a partir de códigos culturais compartilhados e testados a cada nova eventualidade empírica. Nesse entendimento, passado e presente se interconectam, o primeiro dando as trilhas de compreensão para o segundo, mas ao mesmo tempo sendo transformado e reinterpretado sob a imposição da complexidade dos fatos atuais. Dessa maneira, este trabalho se propõe o desafio de pensar um modelo narrativo que enfatize o padrão cultural e a autonomia dos diferentes grupos sociais afetados pela chamada “modernização conservadora” do Estado do Maranhão a partir do final da década de 60, mas ao mesmo tempo espera preservar a riqueza do cenário desenvolvimentista e as esperanças de redefinição sócio-econômica que ele cultivou. Como fio de Ariadne, escolho a pajelança – religião e religiosidade familiares ao “caboclo” – e os relatos orais de memória dos habitantes dessa região, contínuas construções e reconstruções de uma história compartilhada.
Palavras-chave: Maranhão contemporâneo; Cultura cabocla; Antropologia simbólica.

06. História e Arte: Práticas, experiências e Fazeres. (Local: Sala de "reunião" - 4º Andar)

Proponentes: Profª: Joana D'Arc de Sousa Lima - doutoranda em História pela UFPE. Email: joanasoleil@hotmail.com e Profº: José Brito - Mestre em História pela UFRPE. Email: josebritos2005@yahoo.com.br 
Apresentações:

DIA: 28/09/2011
1. LIVROS E ESTÉTICA: PROPOSTAS INVESTIGATIVAS DA RELAÇÃO ENTRE CONSUMIDOR E OBJETO - Leonardo Nóbrega da Silva - UFPE – bacharel em ciências sociais – leonobrega.s@gmail.com).
Resumo: Tratamos, neste trabalho, da influência da estética no consumo de livros. O consumo ocupa um lugar central na estrutura social contemporânea, sendo seu entendimento fundamental para compreendermos a organização em sociedade. Pretendemos, dessa forma, compreender que elementos sociais impulsionam uma valorização estética do livro e que elementos estão associados a esse consumo, partindo da hipótese de que existe uma valorização estética do livro, o que se dá especialmente a partir do século XIX. Para ilustrar tais ideias, é proposto estudar os livros da editora Cosac Naify, levando em conta tanto a importância histórica do livro quanto uma teoria sociológica do consumo, que dê conta de elucidar as questões associadas à simbolização dessa prática. A editora em questão tem amplo foco em livros de arte, além de fazer de seus próprios livros objetos dotados de qualidade gráfico-estética. Longe de chegarmos a fatos conclusivos na pesquisa, pretendemos contribuir para a compreensão da relação entre espectador e obra de arte ou, mais especificamente neste caso, consumidor e objeto. Palavras-chave: livros; sociologia do consumo; estética.

2.  ENTRE OS TEXTOS VISUAIS E A ESCRITA DA HISTORIA – Joana D’Arc de Sousa Lima –(Universidade Federal de Pernambuco) – Doutoranda em História – joanasoleil@hotmail.com).
Resumo: O diálogo desencadeado por meio dessa comunicação é discutir as apropriações feitas por parte do historiador de fontes visuais, ou melhor, de textos visuais, em nosso caso, a pintura, como um artefato, um objeto da cultura visual. E, tencionar como tais referentes são trazidos para o âmbito do trabalho do historiador, e, quais caminhos teóricos metodológicos podemos percorrer na produção da narrativa histórica?    Palavras-chave:história; cultura visual; narrativa




3. ENTRE A ARTE E A PROPAGANDA POLÍTICA: MANIFESTAÇÕES ARTÍSTICAS NAS ELEIÇÕES DA DÉCADA DE 1980 EM PERNAMBUCO - Elizabet Soares de Souza (Mestranda em História pela Universidade Federal Rural de Pernambuco – elizabethistoria@gmail.com)
Resumo: As brigadas de Pernambuco surgiram, nos muros das cidades, como uma alternativa aos dispositivos impostos ainda no período da Ditadura Militar. No entanto, o movimento criado não se restringiu apenas ao jogo político, ele também foi uma maneira de artistas locais exporem suas obras em grandes painéis ao ar livre e, com isso, aproximarem arte e população. As pinturas murais elaboradas pelas brigadas para os partidos politicos representavam, também, um projeto cutural originado das lutas político-ideológicas daquele momento. Contudo, nos caminhos trilhados pelos artistas plásticos, musicos, atores e cordelistas também se envolveram nas disputas eleitorais emprestando sua arte para divulgar o nome dos candidatos que apoiavam. Dessa forma, partiremos do reconhecimento dessas artes, para estabelecer uma relação entre política e cultura. Palavras-Chave: Brigadas Muralistas; Propaganda Política; Eleições em Pernambuco.

4. ATELIER COLETIVO: PRÁTICAS ARTÍSTICAS NO RECIFE - Raissa Alves C. Paz (UFPE, graduada, raissapaz@gmail.com).
Resumo: A partir da análise de trajetórias de alguns sujeitos que se reconheceram/reconhecem enquanto integrantes do Atelier Coletivo - espaço de atuações artísticas que vivenciou a década de 1950 em Recife -, pretendemos esboçar idéias sobre o ser artista e sobre a própria arte. Para alguns autores, como Flávio Weinstein Teixeira, os movimentos artísticos que emergiram no Recife entre fins da década de 1940 e meados da década de 1960 pertenceram a um quadro mais amplo, onde a arte buscava uma valorização de sua técnica e, assim, do ofício do artista como expressão legitimadora. Dessa forma, este trabalho procura proporcionar o vislumbramento das redes de relações que permitiram esse debate, seja pelos representantes públicos, no sentido formal da expressão, seja pela intelectualidade, ou por outros indivíduos que de alguma forma produzia/consumia a(s) arte(s). Para isso nos debruçaremos, sobretudo, em depoimentos orais dos artistas do Atelier Coletivo. Palavras - chave: artes plásticas - Atelier Coletivo – Recife.

5. IMAGENS DA MORTE: UMA REFLEXÃO SOBRE O IMAGINÁRIO FUNEBRE RECIFENSE DA SEGUNDA METADE DO SÉCULO XIX – Suely Cristina Albuquerque de Luna (Universidade Federal Rural de Pernambuco – Professora lunalua2001@yahoo.com.br).
Resumo: A imagem diante da lente de uma câmera fotográfica é captada no instante do clic do fotógrafo. Toda essa ação descrita envolveu uma ideia a qual corroborou para a construção da fotografia como documento de verdade que a imagem trazida pela fotografia de fato existiu, estava diante de uma lente, tinha um referente, além do que o fotógrafo seria um segundo testemunha do que sua câmera captou. Muito se tem discutido a respeito da representação da realidade em que se opera pela fotografia e por mais teorias diversas que existam, ao menos em um ponto ocorre uma coesão, o do caráter testemunhal da fotografia. Porém, ingressando no campo de possibilidades do digital (e virtual), o referente sofre alterações, pois o caráter referencial da imagem digital não vem dado pela capacidade de registro e documentação da realidade, tal como se sucede com a fotografia, mas por construção. Com a imagem digital surgem possibilidades inventivas de modelos e simulações que permitem criar referentes inexistentes ou imaginários. Este trabalho visa discutir a fotografia enquanto documento focando nas questões que surgem pela fotografia digital e seu processo de tratamento e manipulação da imagem. Palavras-chaves: Fotografia, referente, memória.



29/9/2012
1. Joaquim Inojosa e o movimento modernista em pernambuco: a produção intelectual como escrita de si   - Natália Conceição Silva Barros (Universidade Federal de Pernambuco – Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em História-UFPE – natibarros1@yahoo.com.br). Resumo: Joaquim Inojosa, escritor e jornalista, publicou vasta documentação por toda sua vida, narrando o que considerava “a verdade” sobre o Modernismo em Pernambuco, tentando “desmascarar” uma possível ascendência de Gilberto Freyre e do Movimento Regionalista no Recife dos anos vinte. Escolheu definir-se nas polêmicas nas quais se envolveu em 60 anos de jornalismo e, principalmente, como bandeirante da Arte Moderna no Nordeste. Nesse artigo, analisaremos a produção intelectual desse escritor como uma estratégia de escrita de si, como um esforço de construir seu autorretrato; e tentaremos entender os retratos de Inojosa construídos pela crítica e pela historiografia, limitando seu papel ao de opositor de Gilberto Freyre. Entendemos que o esforço de construir sua identidade como o Arauto do Modernismo no Nordeste, foi ao mesmo tempo um remédio e um veneno às suas pretensões biográficas, ofuscando o pensamento e a trajetória desse intelectual fora do enquadramento determinado por ele mesmo. Palavras –chaves: Modernismo, Memória, Intelectuais.
2. O GRUpO DOS INDEpNENDENTES E SEUS SALÕES DE ARTE MODERNA NOS ANOS TRINTA: INSTITUCIONALIZAÇÃO E pROFISSIONALIZAÇÃO DA ARTE – JOSÉ BRITO (uNIVERSIDADE fEDERAL rURAL DE pERNAMBUCO – josebritos2005@yahoo.com.br).
Resumo: O objetivo deste artigo é analisar a atuação do Grupo dos Independentes no Recife dos anos de 1930 a partir da criação de salões de arte moderna. Discutiremos sua inserção no campo artístico da cidade, em meio as tensões que confrontavam a produção artística fora da oficialidade do governo com a arte inserida nos projetos políticos estéticos. Os Salões Independentes foram criados em 1933, com intuito de expor trabalhos de artistas que não conseguiam uma visibilidade e aprovação nos Salões Oficiais de Belas Artes e profissionalizar a categoria de artistas que vinham produzindo arte moderna na cidade do Recife. Esse grupo se inseria na discussão de institucionalização da arte moderna no Brasil, que iria se materializar em Pernambuco, através da criação da Sociedade de Arte Moderna do Recife em 1948, trazendo a idéia de independência como autonomia social da arte em relação ao mecenato do Estado. Palavras-Chave: História e Arte, Arte Moderna, Salões de Arte.
3. A Cidade Refletida: Narrativas fotográficas sobre as contradições da cidade moderna - Maria Aparecida Barbosa de Figueiredo (UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE – Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Sociologia. aparecidabf@hotmail.com).
RESUMO: A proposta do trabalho é apresentar uma reflexão sobre a sobre cumplicidade existente entre a cidade e a fotografia, posto que, desde a invenção deste artefato, a cidade foi eleita como um dos temas preferidos pelos fotógrafos, oferecendo-se como paisagem para a prática deste ofício. Concebendo também que as imagens fotográficas sobre as cidades é um tema recorrente na produção historiográfica, sobretudo, para pensar uma série de questões relacionadas à emergência do moderno, pretendemos apresentar como as primeiras metrópoles européias foram captadas pelas lentes de alguns dos seus principais fotógrafos desde meados do século XIX até o início do século XX. A cidade de Paris pelas lentes de Charles Marville e de Félix Nadar; a Londres por John Thompson; a Glasgow por Thomas Annan, e a Berlin por Heinrich Zille. No Brasil, destacaremos as imagens das grandes cidades influenciadas pela “modernidade européia”, através das fotografias de Marc Ferrez e Augusto Malta no Rio de Janeiro e Militão Augusto de Azevedo sobre a cidade de São Paulo. Palavras-chave: Cidade, Modernidade e Fotografia.
4. Fotografia ou imagem de síntese: o referente em questão - Aluizio Medeiros da Silva Filho (UFPE – Doutorando - e-mail: aluiziomsf2@gmail.com)
Resumo: A imagem diante da lente de uma câmera fotográfica é captada no instante do clic do fotógrafo. Toda essa ação descrita envolveu uma ideia a qual corroborou para a construção da fotografia como documento de verdade que a imagem trazida pela fotografia de fato existiu, estava diante de uma lente, tinha um referente, além do que o fotógrafo seria um segundo testemunha do que sua câmera captou. Muito se tem discutido a respeito da representação da realidade em que se opera pela fotografia e por mais teorias diversas que existam, ao menos em um ponto ocorre uma coesão, o do caráter testemunhal da fotografia. Porém, ingressando no campo de possibilidades do digital (e virtual), o referente sofre alterações, pois o caráter referencial da imagem digital não vem dado pela capacidade de registro e documentação da realidade, tal como se sucede com a fotografia, mas por construção. Com a imagem digital surgem possibilidades inventivas de modelos e simulações que permitem criar referentes inexistentes ou imaginários. Este trabalho visa discutir a fotografia enquanto documento focando nas questões que surgem pela fotografia digital e seu processo de tratamento e manipulação da imagem. Palavras-chaves: Fotografia, referente, memória.

PINTAR O NATURAL? AS PAISAGENS BRASILEIRAS DE FRANS POST - FRANCISCO ISAAC D. DE OLIVEIRA (UFRN, MESTRANDO, E-MAIL: ISAACDANTAS@YAHOO.COM.BR)
RESUMO: A pesquisa busca refletir o conceito de mundo natural nas paisagens pintadas pelo artista holandês Frans Post como também discutir a própria paisagem “criadora” do Brasil. Assim pretendemos fundir imagem e arte para entender as representações da América holandesa durante o século XVII. O olhar exótico do europeu (holandês) sobre as possessões do Novo Mundo serve para compreender a visão do estrangeiro, as imagens vistas por aqui de uma natureza exótica, selvagem e virgem produz uma visão neerlandesa das paisagens coloniais da América. Vamos utilizar como fonte de pesquisa a tela ‘Vista das ruínas de Olinda’ de Frans Post, pintor este foi o primeiro artista a retratar as paisagens americanas. Buscaremos trabalhar com uma metodologia que privilegie a arte, a imagem e as leituras da história colonial do Brasil seiscentista.Palavras-chave: Paisagem, Arte, Frans Post



07.História, memória e Cultura Popular: desafios e possibilidades narrativas. (Local:  Sala 3º Andar)
Coordenadores: Prof.: Geovanni Cabral (Doutorando em História pela UFPE) E-mail:geocabral22@gmail.com e Prof.: Augusto Neves (Mestrando em História pela UFPE) E-mail:augustonev@gmail.com

Apresentações:
Quarta-feira 28/09:

1-Augusto Neves da Silva:
OS CARNAVAIS DA SAUDADE EM RECIFE:ECOS DE UMA FESTA
Augusto Neves da Silva (UFPE / Mestre em História / augustonev@gmail.com)
RESUMO:
O carnaval é uma festa plural. Em torno dela os súditos de momo atribuíram sentidos e construíram significados múltiplos. Entretanto, na pesquisa que realizei nos principais periódicos que circulavam pela capital pernambucana, entre os anos de 1955 e 1972, pude visualizar que o tema da saudade, associado aos dias de folia, foi uma constante durante esse recorte temporal. Os jornais traziam matérias que aludiam os sentidos de uma festa ‘perdida no tempo’, que não sei quando foram, mas que se faziam presentes no carnaval desses anos. Segundo os periódicos o ‘bom carnaval’, era o carnaval do passado. Assim, tenho por objetivo nesse trabalho analisar como o tema da saudade esteve relacionado aos dias de momo na cidade do Recife.
PALAVRAS-CHAVE: Carnaval em Recife; História e Memória; Saudades.

2-Marcelo da Silva Albuquerque:
IDENTIDADE BRASILEIRA E CULTURA NACIONAL NA ERA VARGAS (1930-1945)
Marcelo da Silva Albuquerque. (FUNESO / Pós- graduando em História Brasil Contemporâneo / msalbuquerque82@hotmail.com)
RESUMO:
Este artigo aborda inicialmente um breve resumo, que definirá o que é cultura, identidade nacional, Revolução de 1930 e o Estado Novo em 1937. Baseado nos pensamentos presentes que circulavam na década de 30 do século XX no Brasil. Após essa introdução, buscamos explicar como o governo de Vargas em 1930, inicia efetivamente a criação de uma identidade nacional, cooperado pelos diálogos realizados, pelos intelectuais da mesma década, como Gilberto Freyre, Sérgio Buarque de Holanda e Caio Prado Júnior, que através de suas publicações reeditaram a temática racial para o culturalismo. O que traduz o período de 1937-1945 são os investimentos criados na cultura brasileira pelo rádio, teatro, museus, personagens e esportes dos quais incentivavam o sentimento de “brasilidade”, mas que ao mesmo tempo eram manipulados e até mesmo censurados por órgãos federais. Buscou-se também integrar o índio e o negro a formação de uma unidade nacional. E assim o Estado Novo também obteve a contribuição dos intelectuais da época, em especial dos modernistas, para dar continuidade ao projeto em pró dessa ascensão cultural que o Brasil vivia nesse período.
PALAVRAS-CHAVE: Revolução de 30, Estado Novo, Cultura e Identidade Nacional.

3-Milton Moura:
MEMÓRIAS DO CARNAVAL ORIENTALISTA DE SALVADOR
DOS ANOS 50 E 60 (UFBA, Doutor, araujomoura@terra.com.br)
RESUMO:
A experiência de organizar e participar dos blocos de inspiração orientalista no Carnaval de Salvador, nos anos 50 e 60, apresenta singularidades que, meio século depois, são reelaboradas pelos seus atores considerando o momento atual do mesmo Carnaval. Discute-se a forma como setores da população soteropolitana de meados do século XX se apropriou de uma iconografia do Oriente aportada pelo cinema, situando esse processo na interlocução com autores fundamentais para a história da crítica cultural, como Edward Said e Robert Stam. O trabalho junto à memória dos participantes desses blocos, resgatada através da oralidade, oportuniza uma compreensão complexa do que poderia ser chamado de fantasia, o que por sua vez pode ser buscada na interlocução com pensadores fundamentais para o estudo do Carnaval, como Bakhtin e Baroja.
PALAVRAS-CHAVE: Fantasia, Carnaval, Orientalismo.

4-Mário Ribeiro:
KAUÔ CABIECILE, SÃO JOÃO! FESTAS, DEVOÇÕES E O COTIDIANO DO RECIFE NAS NOITES DE JUNHO. (1950-1980) Mário Ribeiro dos Santos (UFPE, Doutorando em História / mariosan@yahoo.com.br)
RESUMO:
A emergência de novos temas e modos de escrita da História trouxe outras estratégias de abordagens, as quais valorizaram assuntos antes considerados de menor valor, a exemplo das celebrações populares. No presente estudo, debruçamo-nos na análise das festas juninas como um problema histórico relevante, considerando as especificidades como cada grupo social se apropria dessas práticas culturais e as representam, reorganizando-as de acordo com os seus interesses particulares. Chamamos atenção para a polissemia das festas que vigoram na cidade durante o mês de junho, sobretudo, as protagonizadas pelos católicos e seguidores do Xangô, no intuito de compreender como as experiências religiosas se estabelecem no cotidiano da cidade. Para analisar esses diferentes territórios, impregnados de sabores, sonoridades, religiosidades e outras práticas, faremos uso de uma documentação diversificada (periódicos, filmografia, músicas e relatos de memórias), a qual transita em diferentes áreas do saber, a exemplo da literatura, história, filosofia, música e antropologia.
PALAVRAS-CHAVE: Festas Juninas, devoção, cotidiano.


E OS “INVISÍVEIS” ENTRAM NA FESTA: O DEVOCIONÁRIO DA JUREMA SAGRADA NAS PRÁTICAS CULTURAIS CARNAVALESCAS NO RECIFE DOS ANOS 2000

Marcelo Renan Oliveira de Souza (Graduado em História pela UFPE / marcelo.renan.souza@gmail.com)
Os olhares da recente historiografia pernambucana sobre as práticas culturais que se desenvolvem durante o carnaval têm demonstrado o quanto esta festividade exerce influência na dinâmica social da população. As novas rotinas se modificam e se adéquam às brincadeiras nos longos meses que antecedem os quatro dias de folia, entre elas as rotinas religiosas dos devotos das religiões de entidades e divindades. No presente artigo, visamos analisar o conjunto de práticas e representações da Jurema Sagrada incluídas nos preparativos e durante os festejos carnavalescos em diferentes modalidades de agremiações que desfilam no carnaval do Recife nos anos 2000, considerando as especificidades e necessidades de cada grupo e de seus representantes na vinculação entre as práticas sagradas da religião às brincadeiras profanas. Para proceder a esta investigação, recorremos ao uso de fontes diversas (memórias e relatos orais; audiovisuais; impressos literários e periódicos, músicas), fazendo uso dos conhecimentos produzidos nos diferentes campos das ciências humanas.
PALAVRAS- CHAVE: Carnaval, Jurema Sagrada, Recife.

Quinta-feira  29/09

1-Gezenildo Jacinto da Silva:
ARTESNATO: ARTE POPULAR NA PÓS-MODERNIDADE
Gezenildo Jacinto da Silva (UFPE / Mestrando em História / gezenildo@hotmail.com)
RESUMO:
Este trabalho é o resultado parcial de uma pesquisa que estamos fazendo sobre o seguimento popular no município de Pesqueira – PE, representado pelas rendeiras de renascença da cidade. Estudamos a relação entre arte, como elemento de produção cultural da elite letrada dominante, representando a linguagem do belo, do apuro e da perfeição estética, e o artesanato, como produto de uso cotidiano e ou simbólico dos grupos populares do município, produzidos a partir das suas próprias experiências e dos encontros culturais ocorridos entre esses grupos.
PALAVRAS-CHAVE: Cultura Popular; Cultura erudita, Fronteiras.

2-Lucilvana Rarros e Roberg dos Santos:
MÚSICA, MEMÓRIA E IDENTIDADE: COMPONDO HISTÓRIAS EM LUIZ GONZAGA
Lucilvana Ferreira Barros (PPGH/UFCG/ mestranda/ lucivanabarros@hotmail.com)
Roberg Januário dos Santos (PPGH/UFCG/ mestrando/ roberg.assu@hotmail.com)
RESUMO:
O presente trabalho se constitui em uma proposta de reflexão acerca da relação entre História, Música, Memória e Identidade. Compreendendo a música como um texto (MORAES, 2000), que traz inscrito em seu corpo as marcas da historicidade de sua produção, buscamos neste artigo analisar as falas presentes nas músicas de Luiz Gonzaga e cartografar as práticas e as experiências vivenciadas pelo intérprete e compositor responsáveis por engendrar a configuração de memórias, imagens e discursos sobre o Nordeste e os habitantes deste espaço, buscando investigar as condições de possibilidade para emergência desta cartografia enquanto espaço de saudade (ALBUQUERQUE JÚNUOR, 1999), lugar de memória (NORA, 1993), e de pertencimento (FÉLIX, 1998). Desse modo, os enunciados presentes em seus textos musicais tornaram-se zonas de interpelação (HALL, 2000) para milhares de sujeitos, inscrevendo em suas subjetividades feixes de imagens, memórias e discursos sobre o tecido socioeconômico e cultural nordestino. Dando a ler/ ouvir as sensibilidades dos sujeitos que produziram tais canções, o lugar social onde produziram, quando produziram, dentre outras.
PALAVRAS-CHAVE: Música, Memória e Identidade, Luiz Gonzaga.

3-Marcelo Barroso da Silva:

AFOXÉ ALAFIN OYÓ: RESISTÊNCIA CULTURAL E AFIRMAÇÃO SOCIAL NOS ANOS 2000-2011 EM OLINDA / PE Marcelo Barroso da Silva

(FUNESO / Pós-graduando História Nordeste / marcelobarrosos_1@hotmail.com)
RESUMO:
Este presente trabalho tem como objetivo inicial realizar uma discussão acerca do afoxé Alafin Oyó, da comunidade do Guadalupe, em Olinda, Estado de Pernambuco. Na discussão tentarei abordar a dinâmica cultural deste afoxé, como também buscarei explicações para sua importância nesta comunidade e adjacências. Meus estudos irão focar o período entre os anos 2000 a 2011, pois foi nesta época que comecei a perceber suas apresentações pelas ruas de Olinda e Recife. Após a década de 1980, os afoxés alcançaram um crescimento numérico significativo, ao mesmo tempo em que estavam se afirmando política e culturalmente em Pernambuco. E, no auge desse processo de afirmação política, com o apoio de grupos do movimento negro, foi que surgiu, no ano de 1986, a Associação Recreativa Carnavalesca Afoxé Alafin Oyó. No entanto, enquanto afirmação social e importância comunitária, ainda exercem pouca ou nenhuma visibilidade no Estado, principalmente entre os acadêmicos como também por uma parcela da sociedade civil. Na tentativa de discutir historiograficamente os aspectos sociais do afoxé olindense utilizarei como metodologia os relatos orais existentes (ou encontrados) sobre o tema abordado, além de  pesquisas em jornais do período referido,bem como entrevistas em fontes orais.                                              
PALAVRAS-CHAVE: Afoxé Alafin Oyó; Afirmação social; Pernambuco.

4-Márcio Antônio Luna:
“VIVA AO CORDÃO ENCARNADO, VIVA AO CORDÃO AZUL”: FESTIVAIS DE PASTORIS EM RECIFE NOS ANOS DE 1970 – 1980.
Márcio Antonio de Luna (UFPE /Especialista em História do Século XX  /marciolunahistoria@hotmail.com)
RESUMO:
Esse trabalho versa sobre os pastoris na cidade do Recife entre os anos de 1970 e 1980, com o intuito de investigar como os festivais promovidos por órgãos públicos como a Empresa de Turismo de Pernambuco (EMPETUR) e a Fundação de Cultura da Cidade do Recife (FCCR), foram um dos fatores que contribuíram para as diversas mudanças ocorridas nas formas de apresentação desta manifestação cultural. Ao analisarmos periódicos, relatos orais e fotografias, verificamos que as apresentações dos pastoris passaram a ser realizadas não apenas em bairros periféricos, mas no centro da cidade, ou seja, houve um processo de espetacularização dessas práticas, na medida em que as danças, as jornadas, as indumentárias e a orquestração passaram a ser avaliadas por uma comissão julgadora e essa atividade cultural passou a ter mais visibilidade e valorização pelos meios de comunicação e por uma parcela significativa da população local.  Desta forma, os festivais deram uma maior visibilidade aos pastoris, o que contribuiu para o surgimento de novos grupos.
PALAVRAS-CHAVE: Pastoril, festivais, espetacularização

5- Rômulo José de Oliveira Júnior:
LITERATOS E CORDELISTA: PRODUÇÃO E CIRCULAÇÃO DE TEXTOS NO RECIFE NOS ANOS INICIAIS DA REPÚBLICA
Rômulo José Francisco de Oliveira Júnior (UFPE/ Doutorando em História/ romulojunior@hotmail.com)
RESUMO:
Realizar uma história dos conceitos, para situá-los dentro do campo de pesquisa é um exercício fundamental para indicar que o trabalho do historiador se constrói no campo das subjetividades e das escolhas. Este artigo objetiva analisar a categoria cultura popular a apresentar uma aplicabilidade dela ao relacionar um estudo sobre literatos integrantes da Academia Pernambucana de Letras e os folheteiros de cordel na cidade do Recife-PE, durante o período que compreende a Primeira República brasileira.
PALAVRAS-CHAVE:  Cultura Popular, Literatura, Escritores.



Sexta-feira 30/09:

1-Lucas Victor Silva:
O PAÍS DO CARNAVAL SEGUNDO JORGE AMADO: LITERATURA E CULTURA POPULAR NA DÉCADA DE 1930
Lucas Victor Silva (Faculdade Estácio do Recife, Doutor em História, lucasvictor@uol.com.br)
RESUMO:
O carnaval também fazia parte das preocupações com o país registradas na literatura da década de 1930. Jorge Amado, no início deste período, registrou suas preocupações de jovem escritor com o papel das manifestações populares e carnavalescas na representação da nacionalidade. Filho de um coronel latifundiário decadente, o escritor Jorge Amado nasceu em Itabuna, interior da Bahia em 1912. Após fazer seus estudos secundários em Salvador, Amado ingressou na Faculdade de Direito do Rio de Janeiro em 1930, quando publicou “O país do Carnaval”, obra que escapou de sua posterior influência marxista que diferenciaria sua obra futuramente e que seria adquirida quando da sua formação superior e inserção nos meios intelectuais da capital do país. O país do Carnaval é um romance urbano que discute a questão da identidade nacional e o papel das elites intelectuais na redefinição narrativa do país e suas relações populistas e autoritárias com as camadas populares. Tratava-se de um retrato pessimista de um país sem identidade, sem princípios éticos ou valores morais e sem intelectuais ou elites políticas compromissadas com seu desenvolvimento.
PALAVRAS-CHAVE: Jorge Amado, Carnaval, Romance de trinta

2-Geovanni Gomes Cabral:
VERSOS QUE CONTAM, CANTAM E ENCANTAM: AS HISTÓRIAS DE JOSÉ COSTA LEITE NOS FOLHETOS DE CORDEL
Geovanni Gomes Cabral (UFPE /Doutorando em História/ geocabral22@gmail.com)
RESUMO:
Integrando a temática Cultura e Memória, esta comunicação tem como objetivo apresentar a importância das histórias contadas e rimadas nos folhetos de cordel de José Costa Leite, bem como a difusão cultural desses escritos. Dono de uma sensibilidade ímpar, este homem vem superando a arte e a poesia no tocante à produção e veiculação de folhetos na Zona da Mata Norte de Pernambuco, mantendo viva a memória poética de histórias que fazem parte do repertório do Nordeste brasileiro. São histórias que percorrem cenários e seu imaginário, transitando no amor, na bravura, no encantamento, no gracejo, no sagrado e no profano. O que temos é um poeta que não se deixou vencer pelo tempo, que acredita no que faz, gosta de contar seus gracejos e pelejas, de cantar seus versos e de encantar corações com sua poética. Sua vida gira em torno da cultura popular, da arte e da memória de suas andanças pela poesia.
PALAVRAS-CHAVE: José Costa Leite, folhetos, memória

3-Quécia de Oliveira Cruz:
MEMÓRIAS NO MASSANGANO: (RE)INVENÇÕES DO PASSADO
Quercia de Oliveira Cruz (UNEB; Mestranda; querciaoliveira@gmail.com)
RESUMO:
Presentificada e redimensionada nos relatos orais, a memória media as relações que estabelecemos com o passado instituidor e legitimador de lugares, status e fazeres sócio-políticos, constituindo-se como espaços ordenadores, nos quais as tradições são inventadas. Nesta perspectiva, os diferentes relatos e depoimentos que recontam as práticas imbricadas do Reisado, do Samba e do Samba de Véio da Ilha do Massangano, Petrolina-PE, evidenciam diferentes origens e processos de salvaguarda destas manifestações, nas quais o grupo familiar do enunciador desempenharia um papel central. Desta forma, o presente artigo objetiva (re)pensar as relações de força que perpassam a invenção discursiva das tradições do Reisado, do Samba e do Samba de Véio da Ilha do Massangano.  
PALAVRAS-CHAVE: memória; passado ordenador; tradições inventadas.

4-Tereza Cristina Lopes de Albuquerque:
RECIFE VELHO: HISTÓRIA, MEMÓRIA E LITERATURA ATRAVÉS DA OBRA DE CARNEIRO VILELLA.
Tereza Cristina Lopes de Albuquerque
(Graduada em Letras/ Bacharel em Crítica Literária – UFPE/ Graduanda em História – UFRPE / terezaalbuquerque555@msn.com)
RESUMO:
Uma das fortunas culturais de um povo é a literatura, que serve a este como fonte histórica. Estudar história dentro de um viés literário é ante de tudo possibilitar multiplas interpretações das relações entre obra e sociedade. Para isto este trabalho propõe analisar a produção mnemônica do escritor pernambucano Carneiro Vilella, escrita em meados do século XIX, mostraremos a estreita ligação entre história e literatura, esta não apenas como reflexo da sociedade, mas sim como incorpoadora dela, através de um processo inventivo, e buscaremos mostrar também como a memória coletiva subsidia este processo. Buscaremos analisar como história e literatura se articulam na produção literária deste autor, principalmente em sua obra “A Emparedada da Rua Nova”, que remonta um episódio de adultério e desonra acorrido no recife oitocentista e que o escritor resgata através de reminscencias, histórias contadas pelo povo recifenses, construindo a  trama central do livro.
PALAVRAS-CHAVE: Recife, literatura, memória.


08. Simpósio Temático Memória e Patrimônio (Sala: Biblioteca - 10º Andar)
Coordenadores: Profa. Dra. Maria Ângela de Faria Grillo  (Dep. de História da UFRPE) E-mail: lagrillo@msn.com e  Prof. Dr. Ricardo Pacheco (Dep. de Educação da UFRPE). E-mail: pacheco_ricardo@yahoo.com.br
Apresentações:

Sessão 1: Objetos de memória e Patrimônio – Dia 298/09

A MONTAEM DA EXPOSIÇÃO PERMANENTE DO MEMORIAL DA UFRPE
Ricardo de Aguiar Pacheco (UFRPE; Doutor em História; pacheco_ricardo@yahoo.com.br)
A presente comunicação apresenta e problematiza o processo de construção da exposição permanente do Memorial da UFRPE. Apresentamos a metodologia de trabalho adotada para selecionar os objetos do acervo e montar os conjuntos expostos bem como as referências teóricas (Mario Chagas, Maurice Halbwachs e Le Goff) que deram suporte a esta ação. Analisamos os resultados e apontamos algumas limitações deste trabalho.
Palavras Chave: Museu; expografia; museografia

INVENTÁRIO DOS SABERES E PRÁTICAS DAS PARTEIRAS TRADICIONAIS DE PE.
Sévia Sumaia Vieira  (UFPE, Mestre em Antropologia, vieira.seviasumaia@gmail.com)
Concebido com o intuito de conhecer a diversidade dos saberes e fazeres das parteiras tradicionais organizadas em associações, núcleos e em três das etnias indígenas mais populosas de Pernambuco - Kapinawá, Pankararu e Xucuru - o inventário dos Saberes e Práticas das Parteiras Tradicionais de Pernambuco aborda o ofício do partejar como patrimônio cultural imaterial do Brasil. Utilizando a metodologia do Inventário Nacional de Referências Culturais (INRC) desenvolvida pelo Iphan, foram localizadas e entrevistadas 165 parteiras residentes nas localidades abarcadas pelas quatro associações e pelos dois núcleos de parteiras existentes no Estado de Pernambuco: Caruaru, Igarassu, Ipojuca, Jaboatão dos Guararapes, Palmares e Trindade. Nas três etnias indígenas foram localizadas e entrevistadas um total de 69 parteiras. Identificamos que o bem cultural se encontra em situação de fragilidade, em algumas localidades o ofício do partejar se encontram na memória e muitas das parteiras entrevistadas há tempo que não “pegam menino”.  Este projeto foi realizado pelo Instituto Nômades com o patrocínio da Petrobrás e incentivo do Funcultura.
Palavras-chave:  Patrimônio imaterial. Parteira. Tradição    



MEMÓRIA E MONUMENTO: LEMBRANÇAS DE UMA DESTILARIA
Rosana Florêncio Monteiro de Souza
(Universidade Federal Rural de Pernambuco, Licenciatura em História, rosanaead@gmail.com)
O presente artigo versa sobre análise das memórias de trabalhadores da Destilaria Central Presidente Getúlio Vargas, que foi instalada na cidade do Cabo de Santo Agostinho - PE em 1940, pelo presidente Getúlio Vargas. A Destilaria é erguida num momento específico da história brasileira, no qual toca em aspectos de uma economia capitalista que não focaliza mais a cana-de-açúcar como principal produto de exportação, numa política paternalista instituída por Vargas, e que seu funcionamento promove mudanças pontuais no âmbito estrutural e comportamental da sociedade cabense. Os trabalhadores da Destilaria inauguram uma nova “classe social”, elitizada, que povoou o imaginário das pessoas e que contribuiu para novo conceito de qualidade de vida que seria almejado pelos demais trabalhadores da cidade.
Palavras-chave: Memória, Patrimônio, Destilaria


Sessão 2: Objetos de memória e Patrimônio – Dia 29/09

ANÁLISE DO PROCESSO DE TOMBAMENTO DO CONJUNTO ARQUITETÔNICO DA IGREJA DE NOSSA SENHORA DO Ó
Edson Bezerra Leite
(UFRPE; Licenciando em História; edsonbezerraleite@gmail.com)
Esta comunicação tem por finalidade analisar o processo de tombamento do Conjunto Arquitetônico Nossa Senhora do Ó e suas implicações na comunidade em seu entorno. Tais implicações geraram reverberações que envolveram diversos agentes ligados aos setores público e privado do Estado de Pernambuco; representando cada um, interesses particulares pelo processo de  tombamento do conjunto Nossa Senhora do Ó. O referido processo está registrado sob o número 1047 de 14 de abril de 1980 na Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (FUNDARPE). O sítio histórico data de 1811.  Foi construído onde se deu o desembarque das tropas batavas em 1630, de onde objetivaram tomar a vila de Olinda e aqui ficariam até 1654. Está localizado na Avenida Cláudio Gueiros Leite, 7073-Pau Amarelo- Rodovia ( PE-01 ) Paulista/PE.  E é constituído pela Igreja de Nossa Senhora do Ó e as “Casas de Romeiros’’. O conjunto apresenta traços característicos da arquitetura religiosa do Brasil do século XIX. A Igreja permanece em funcionamento e desenvolve além de suas atividades de cunho religioso, ações no âmbito educacional e social.
Palavras Chave: Patrimônio; tombamento; história

A ARTE CULTURAL DA ZONA DA MATA NORTE NAS EXPRESSÕES TELÚRICAS DO MARACATU RURAL CAMBINDA BRASILEIRA DE NAZARÉ DA MATA – PE
 Arleide Vicente da silva (UEPB; Especializanda; arleide.vicente@yahoo.com.br)
Patrícia Cristina de Aragão Araújo (UEPB; Doutor; patríciacaa@yahoo.com)
O presente trabalho tem por objetivo discutir acerca do Maracatu rural Cambinda Brasileira e sua importância no contexto da cultura afro-brasileira como patrimônio cultural de Nazaré da Mata - PE. O maracatu, enquanto arte que denota no seu potencial a afrobrasilidade pernambucana expressa na dança, no canto e na indumentária, é resultante do saber-fazer de homens e mulheres da zona da mata que através desta arte marcam suas presenças num modo de fazer cultura a partir do mundo rural. Este estudo faz parte de uma pesquisa em andamento de nosso trabalho na pós-graduação, em que apresentamos o maracatu enquanto patrimônio cultural imaterial de Nazaré da Mata numa discussão que intercambia modos e formas de ver o mundo, alçados nos aportes da religiosidade de matriz africana que influência o conjunto artístico e cultural que forma o maracatu. A importância deste estudo se justifica no contexto dos estudos rurais, porque evidencia valores, estilos e modos de vida que expressam a cultura afro-brasileira a partir do olhar do campo e das pessoas que nele vivem, que no seu cotidiano, constroem suas histórias e ressignificam a sua arte através do mara­catu.
Palavras-Chave: Maracatu. patrimônio. cultura afro-brasileira.

A FAZENDA PORTO SEGURO, O NOVO JARDIM DAS DELÍCIAS
Priscilla Pinheiro Quirino (UFPE; Mestre; priscillapquirino@hotmail.com)
Sylvana Maria Brandão de Aguiar (UFPE; Doutora; symbay@globo.com)
Este artigo traz uma análise acerca da devoção existente em torno da figura de Cícero José de Farias, o Meu Rei, que foi o líder político, social e religioso da Comunidade da Fazenda Porto Seguro no município de Buique. Meu Rei era visto como pretenso Profeta de Deus responsável pela preparação do povo eleito para a chegada do Apocalipse, construindo naquela parte do Sertão do Moxotó uma aura messiânico-milenar que perduraria por vinte e três anos. Também foi analisado por nós a formação do campo de atuação deste líder e os agentes que junto com ele atuavam na manutenção de tal campo. Ademais, nossa pesquisa nos fez refletir sobre a administração deste mercado de bem simbólico no qual a religião de cunho apocalíptico é o seu principal capital. Do ponto de vista teórico, nos foram basilares as obras de Pierre Bourdieu, Max Weber, Jean Delumeau e Norman Cohn. Em nossa compreensão, no viés sociológico, este é um movimento singular e que consubstancia um movimento maior de (re)encanto da religiosidade que vê-se cada vez mais nos dias de hoje. Como caminhos metodológicos optamos por um estudo de caso simples e fizemos convergir interpretações de documentação oficial, com História Social e Antropologia.
Palavras-Chave: Milenarismo. História Social. Antropologia.

O PROCESSO DE RECUPERAÇÃO DA MEMÓRIA ATRAVÉS DA COLEÇÃO DE NEGATIVOS EM VIDRO DO MUSEU DA CIDADE DO RECIFE
Mônica Karoline Alexandre da Silva
(Museu da Cidade do Recife; Licenciada em História; karoline.monica@gmail.com)
A proposta desse trabalho é mostrar ao público o processo de recuperação dos negativos em vidro, um conjunto de imagens com temas diversos, inclusive da evolução urbana da cidade do Recife. Foi feito durante essa jornada, desde a capacitação teórica da equipe envolvida, ao trabalho final apresentado no catálogo da coleção.  Esse processo foi um projeto em comum entre o Museu da Cidade do Recife e, sob o patrocínio do Ministério da Ciência e Tecnologia, no ano de 2008. A dinâmica desse trabalho envolveu a habilitação de jovens para a execução do trabalho de recuperação de 934 negativos em vidro pertencentes ao acervo do museu. O resultado desse trabalho pode ser conferido hoje no próprio museu, inclusive servido de base para inúmeras pesquisas e ao mesmo tempo propagando a memória resguardada nas imagens ora apresentadas. O Museu da Cidade do Recife, que assim cumpre com o seu papel de não apenas disponibilizar esse acervo à população, mas em preparar e principalmente conscientizar e convidar os jovens a conhecerem melhor a sua cidade, para que com isso, possamos olhar para o passado que não mais voltará, e que as futuras gerações possam conhecer o Recife de ontem.  
Palavras-chave: Imagem, Preservação e Memória.

PATRIMÔNIO E SIGNIFICÂNCIA: O IMPACTO DA PARTICIPAÇÃO DA SOCIEDADE CIVIL NAS POLÍTICAS DE PRESERVAÇAO DO PATRIMÔNIO EM IGARASSU-PE

 Julia da Rocha Pereira
(IPHAN-PE, mestranda do Programa de Especialização em Patrimônio,
juliarpereira@gmail.com)
Maria Emília Lopes Freire
(IPHAN-PE, Técnica em Arquitetura, melopesfreire@hotmail.com)

O artigo investiga o impacto da participação da sociedade civil nas práticas preservacionistas do IPHAN em Igarassu-PE, sobretudo a partir dos produtos das oficinas do projeto  “Igarassu: Patrimônio e História” – Visitas Continuadas com os Alunos das Escolas Municipais”, realizadas com os professores destas escolas, entre os meses de junho e agosto de 2011. Com base nas interlocuções entre docentes, alunos e gestores públicos, buscou-se promover o intercâmbio de saberes como forma de evidenciar a dimensão simbólica do patrimônio como esfera de reconhecimento e significância do território.  Os instrumentos de análise serão mapas mentais elaborados pelos professores, que são também moradores do município, nos quais foram expostos os espaços de significância, com o intuito de ampliar as visões do campo do patrimônio dos participantes e estabelecer um canal dialógico entre as instituições de preservação e a população. Parte-se da premissa de que só é possível gerir e elaborar instrumentos de preservação do patrimônio se os atores dos órgãos de preservação e da sociedade civil forem, ao mesmo tempo, ‘sujeito’ e ‘objetos’ dessa construção. O patrimônio, seja material ou imaterial, é ‘memória’ da comunidade e entender os processos de representação e de construção desta memória nos distintos indivíduos revela-se como política fundamental nas práticas preservacionistas.

Palavras-chave: memória, preservação, significância.


O MONUMENTO COMO FONTE DE PESQUISA DOCUMENTAL:  A IGREJA DO ANTIGO CONVENTO DO CARMO DE OLINDA (2006-2011)
Autora: Vania Cristina Silva Cavalcanti
Arquiteta e Urbanista (UFPE/1984), Mestra em Desenvolvimento Urbano (UFPE/2007) e Doutoranda em História (UFPE/201- e-mail: vaniacavalcanti2006@hotmail.com)
RESUMO

A Igreja do Antigo Convento do Carmo de Olinda é um dos exemplares mais significativos na configuração da paisagem da cidade, referência para seus habitantes do ponto de vista da memória local e importância simbólica, que se traduzem pelo aspecto formal e construtivo da edificação.  Como todo edifício antigo recebeu acréscimos e intervenções ao longo do tempo para conter processos de degradação. Sem entrar na crítica sobre os critérios que conduzem os trabalhos atuais, esse artigo pretende estudar o monumento como fonte documental para a História e para a Arquitetura, a partir da identificação das técnicas tradicionais da construção luso-brasileira encontradas na igreja, enquanto registros documentais de técnicas construtivas que não se aplicam às construções atuais. Admitiu-se a idéia de que a utilização de fontes materiais como documentos tornam possíveis pesquisas acerca de aspectos imateriais inerentes à cultura local. Juntas, contribuem para o fortalecimento da identidade social dos indivíduos.  O estudo está baseado na documentação feita para o Programa Monumenta, entre 2006 e 2011, durante o acompanhamento das obras de restauro da igreja e extensa documentação fotográfica. Fundamentaram os procedimentos teórico-metodológicos as normas internacionais e a legislação brasileira no âmbito da conservação e da restauração. 
Palavras-chave: História .  Arquitetura . Documento.



Sessão 3: Museu, memória e patrimônio – Dia 30/09

DISCURSOS MUSEOLÓGICOS: A HISTORIOGRAFIA REGIONAL EM OBJETOS.
Fernando Cruz dos Passos
(SEDUC, Especialista, fernando.cesarpassos@gmail.com)
Tomando por base as referências teóricas acerca das diversas narrativas históricas (CERTEAL, 2010; DURVAL, 2009) e as estratégias metodológicas de ações educativas nos museus de história (HORTA, 1998; ORIÁ, 1980), esta comunicação apresenta os elementos norteadores da pesquisa sobre os discursos museológicos no Museu do Homem do Nordeste, no Museu do Recife e no Museu Regional de Olinda e sua relação com a difusão do discurso historiográfico. Este projeto de pesquisa, portanto, analisará os discursos historiográficos regionais presentes nas exposições museológicas e difundidas através das ações educativas dos museus relacionados. Este conjunto de instituições se justifica por serem considerados estabelecimentos de referência na região metropolitana do Recife e comporem uma amostra da diversidade de instituições de memória desta região. Como fonte para esta pesquisa utilizará análise das exposições, entrevistas semi-estruturadas com os dirigentes e funcionários dos museus supracitados e consulta a documentação dos museus.  Concluiu-se a coleta de dados analisando os documentos disponíveis nos arquivos dos museus e instituições relacionadas ao Patrimônio Cultural como e IPHAN, FUNDARPE e FUNDARJ os quais tratem das ações pedagógicas dos museus.
Por estar em fase inicial, neste momento nos limitamos a apresentar resultados preliminares.
Palavras Chave: Historiografia, Museografia, História do Nordeste.

MEMORIAL DA JUSTIÇA DE PERNAMUCO: FUNDAÇÃO E FUNÇÕES
Carlos Alberto Araújo Bezerra de Mello
(UFRPE; Licenciado em História; albertomello@gmail.com.)
Esta comunicação aborda as reflexões preliminares sobre as motivações que levaram o Tribunal de Justiça de Pernambuco a instituir em 1998, por meio de resolução, seu espaço institucional de memória e documentação histórica, denominado – Memorial da Justiça de Pernambuco. A partir deste ponto, buscará analisar a tipologia museológica, bem como a produção discursiva efetuada pelo Memorial acerca da musealização de seu acervo histórico, constituído principalmente por processos judiciais, documentação técnica e administrativa, mas também fotografias, objetos e mobiliário do final do século XVIII a meados do século XX. Tais objetos do acervo tornam-se simbólicos quando expostos. A produção de memórias institucional se estabelece através das exposições desses objetos no museu que a instituição abriga, pelas ações educativas que promove e a disponibilidade de seu acervo para pesquisa acadêmica. Tais memórias quando em contato com o público escolar, acadêmico, turistas e com a comunidade local se articulam com memórias individuais e coletivas já estabelecidas. Este contato por meio da pesquisa e da exposição museal vem construir novas identidades e histórias por parte dos visitantes.
Palavras-Chave: Patrimônio, Memória, História.

MEMÓRIA E PATRImÔnIO COMO PRODUTO TURíSTICO NO Museu do Homem do Nordeste
Isabela Morais Andrade de Lima Morais
(UFPE; Doutora em Antropologia; isamorais_@hotmail.com)
Herivaldo Galvão Araújo
(UFPE; Graduando em Turismo; galvao_16@hotmail.com)
Esta comunicação tem o objetivo de analisar o Museu do Homem do Nordeste enquanto produto turístico cultural. O Museu do Homem do Nordeste está localizado na capital do estado de Pernambuco, foi fundado em 1979, a partir da junção dos acervos dos antigos Museu do Açúcar, Museu de Antropologia e Museu de Arte Popular. Possui um acervo que revela a influência da cultura indígena, européia, negra e sertaneja na formação do Nordeste brasileiro. Este museu é ligado à Fundação Joaquim Nabuco e faz uso de novas ferramentas tecnológicas para divulgar suas ações. A pesquisa tem como um dos objetivos criar novas abordagens para torná-lo atrativo turístico e inseri-lo nos roteiros turísticos de destino cultural. Observar-se-á também a forma de gestão e as atividades desempenhadas pelo museu. Nesse sentido, a presente pesquisa irá somar às discussões científicas e acadêmicas que vêm sendo desenvolvidas, proporcionando outras abordagens que possibilitem a inserção dos museus como produtos turísticos que corroboram para o engrandecimento econômico de Pernambuco.
Palavras Chave: Memória, Museu do Homem do Nordeste e Patrimônio.

ALEGREIAS DO PATRIMÔNIO: EDUCAÇÃO E CULTURA NO MUSEU SOBRE RODAS
Rodrigo Ibson da Silva Oliveira.
(UFRPE; Graduado em História; rodrigo_ufrpe@hotmail.com)
Ana Lúcia do Nascimento Oliveira (UFRPE; Doutora em História)
O presente trabalho visa discutir as possibilidades metodológicas postas a educação patrimonial, através do projeto “Expondo Cultura: Patrimônio Arqueológico de Pernambuco”. Este Projeto, que tem o financiamento da Refinaria Abreu e Lima e é coordenado pelas professoras doutoras Ana Nascimento e Suely Luna da UFRPE, Objetiva trabalhar os vestígios arqueológicos encontrados nas escavações da área de implantação da Refinaria Abreu e Lima, no Município de Ipojuca-PE, e das áreas portuárias do bairro de Santo Antonio, no Recife, apresentado a sociedade, os conceitos de Patrimônio, cultura, identidade, entre outros, de forma lúdica. Para isto, inúmeras ferramentas didáticas foram elaboradas para compor a atuação de projeto piloto, que compreende um museu itinerante situado dentro de um ônibus, apresentação de um vídeo, uma peça de teatro, uma aldeia indígena e um engenho em forma de dioramas, e a realização de um “quiz” interativo, onde os visitantes constroem o conhecimento se divertindo.
Palavras-Chave: Patrimônio, Arqueologia, Educação.

A MODERNIDADE DO PATRIMÔNIO: UMA ANÁLISE ACERCA DA PRODUÇÃO DE MUSEUS E BENS CULTURAIS.
Bruno Melo de Araújo
(UFRPE; Mestrando em História; brunomelodearaujo@yahoo.com.br)
A reflexão a cerca dos museus e os processos museais como uma importante ferramenta de construção e legitimação de pensamentos, identidades e discursos se pauta como objetivo desta comunicação. Observando a especulação e o surgimento de uma série de instituições de memória e considerando que nossa sociedade se constrói e reconstrói em sua própria ambivalência em sobreposição ao que represente o atraso ou ameace o desenvolvimento ao progresso, buscamos compreender a partir do conceito de Modernidade a produção e reprodução dos bens culturais e dos museus em nossa sociedade.